Publicado em: 19/04/2012 às 17:30hs
Cerca de 600 agricultores dos três estados da região Sul e da Argentina e Uruguai discutem novas tecnologias para aumento da produtividade durante o 22.º Encontro Estadual de Produtores de Cebola, que acontece paralelamente ao 24.º Seminário Nacional da Cebola e 15.º Seminário de Cebola do Mercosul. Os encontros começaram nesta quarta (18) e seguem até quinta-feira (19), em Fernandes Pinheiro, Centro-Sul do Paraná.
O cultivo de cebola ganhou importância econômica, sobretudo para os agricultores familiares. No Paraná a cultura ocupa 8.086 hectares, em 132 municípios, envolvendo 5.600 propriedades e é uma das principais alternativas de diversificação para pequenos agricultores. Os encontros são promovidos pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Emater, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Prefeitura.
“Vamos continuar dedicando uma parcela importante do esforço do Governo do Estado para que a agricultura tenha um desempenho cada vez melhor. O superávit na balança comercial brasileira, no ano passado, ocorreu graças ao setor da agroindústria”, disse o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, na abertura do evento.
Um dos assuntos em discussão é a importância da irrigação na cultura da cebola, além de formas de manejo, plantio e colheita. O município de Fernandes Pinheiro abriga produtores com as maiores produtividades do Estado. A média de produção nas propriedades do município é de 25 toneladas por hectare, enquanto no estado é de 19,4 toneladas por hectare. O município produz ainda feijão, milho leite, arroz, fumo, soja, frutas, hortaliças, trigo, batata, erva-mate, aveia, cultivo florestal e avicultura.
“A cebola ocupa o quinto lugar em arrecadação primária de ICMS no município. Um por cento de toda a produção é consumida aqui, e 99% é vendida para os mercados de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro”, disse o prefeito de Fernandes Pinheiro, Nei Rene Schuck.
Até a safra 1986/1987 a produtividade de cebola no estado era de 4,2 toneladas por hectare. O trabalho de técnicos de extensão rural, de pesquisadores e produtores mudou a realidade do cultivo da hortaliça, a partir do final da década de 80. Na safra 2010/2011, a produção total chegou a 158,4 mil toneladas e a produtividade atingiu 19,5 toneladas por hectare.
“Uma das particularidades do cultivo da cebola é que, na maioria das propriedades, é feito pelas mulheres e pelos filhos dos produtores”, contou Rene Schuck. A cultura possibilita renda líquida em torno de R$ 4.500 por hectare para uma produtividade de 20 toneladas por hectare e preço médio de R$ 0,50 por quilo.
Produtor em uma área de 9,6 hectares, Aldo Julian Alves Pires destacou-se pela alta produtividade em sua propriedade em Fernandes Pinheiro. Na safra passada, Pires colheu 100 toneladas pr hectare e neste ano, por conta da geada, a produtividade foi de 70 toneladas por hectare. “A produção não foi boa, mas o preço ajudou. Vendi o quilo a R$ 0,45. Já passamos por crises no setor a ponto de vender o quilo a R$ 0,08”, disse o agricultor. Ele investiu cerca de R$ 25 mil por hectares na produção de cebola. “Deu para tirar o custo da lavoura e pagar as contas”.
Vanderlei Filus, que plantava cebola em meio alqueire em sua propriedade em Fernandes Pinheiro, contou que está participando do encontro para ter um estímulo e voltar a produzir essa hortaliça. “Nos últimos anos só tive prejuízos, quero voltar a produzir”.
Fonte: Agência Estadual de Notícias - Paraná
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