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Produção de sisal deve cair 75% este ano por causa da seca

Volume em 2013 pode chegar a apenas 20 mil toneladas; em 2011 foi de 80 mil toneladas


Publicado em: 14/01/2013 às 12:10hs

Produção de sisal deve cair 75% este ano por causa da seca

A câmara setorial do sisal propõe ações para estruturar a cadeia produtiva do sisal e viabiliar a utilização de 100% da planta.

A estiagem prolongada no Nordeste do país não tem perdoado nem mesmo o sisal, uma das plantas tidas como símbolo de resistência e adaptação à seca. A estimativa é de que a produção de sisal diminua 75% neste ano, somando apenas 20 mil toneladas. Em 2012, a produção fechou em quase 49 mil toneladas, uma queda de quase de 50% em relação a 2011, quando foram produzidas aproximadamente 80 mil toneladas. A Bahia responde por cerca de 95% da produção nacional da fibra.

Buscando alternativas para o escoamento do que ainda está sendo produzido, a Câmara Setorial Estadual de Fibras Naturais discutiu e encaminhou solicitação, com a participação da superintendência regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para que o governo federal publique portaria interministerial (Fazenda, Planejamento e Agricultura) autorizando a comercialização do sisal da Bahia, através dos instrumentos da Política de Garantia de Preços Mínimos, denominados Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), Pep (Prêmio para Escoamento de Produto), e AGF (Aquisição do Governo Federal).

De acordo com Wilson Andrade, secretário Executivo da Câmara Setorial de Fibras Naturais, a região sisaleira está sendo duramente atingida pela seca prolongada, situação que pode se agravar se não chover nos próximos dias. Entre as propostas discutidas durante a reunião, a câmara setorial indicou a recuperação das áreas de produção, com frentes de trabalho para garantir renda ao pequeno produtor, e montagem de cinco usinas experimentais de beneficiamento concentradas.

De acordo com o presidente da câmara setorial e também secretário de agricultura do Estado da Bahia, Eduardo Salles, nos últimos três anos, através da Seagri e da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secti), o governo do Estado vem executando ações visando estruturar a cadeia produtiva do sisal e viabiliar a utilização de 100% da planta, com o aproveitamento dos subprodutos, e assim garantir a sustentabilidade dessa cadeia e a revitalização social e econômica de toda região do sisal.

Uma das medidas de médio prazo é um projeto piloto que visa o aumento de produtividade, o aproveitamento total do sisal e a agroindustrialização. O projeto consiste na implantação de cinco polos de produção, em áreas dentro da região do sisal selecionadas pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), de acordo com critérios técnicos, dentre eles a concentração da produção.

A previsão é de que, no futuro, em cada um desses polos haja uma máquina estacionária para beneficiar o sisal. Ao contrário de todas as culturas, o sisal é a única processada no campo, deixando os lucros, que não chegam aos produtores, com os intermediários da cadeia. Apenas 4% da planta é aproveitada no processo de desfibramento.

Fonte: Globo Rural On-line

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