Outros

Problemas antigos de infraestrutura demandam novos mercados para o milho

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul reclamam da falta de armazéns para estocar produção


Publicado em: 15/08/2012 às 16:30hs

Problemas antigos de infraestrutura demandam novos mercados para o milho

A falta de armazéns suficientes para estocar a produção de milho tem preocupado produtores de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O grão estocado a céu aberto é um risco iminente que ganhará força quando começar a colheita da soja, previsto para o início do ano que vem. A procura por novos mercados é considerada uma saída para desafogar a produção.

Mato Grosso, o maior produtor do cereal em segunda safra no Brasil, contabilizou na última safra um aumento de 104% na produção, que passou de 7,6 milhões de toneladas para 15,5 milhões de toneladas. Assim também comportou o plantio do milho em Mato Grosso do Sul, que registrou alta de 77% na produção da última safra, de 3,4 milhões de toneladas para 6 milhões de toneladas.

Os dois estados contribuíram para o acréscimo de 26,8% na produção brasileira, que alcançou 72,7 milhões de toneladas na safra 11/12 frente a 57 milhões de toneladas na temporada passada. O cenário otimista ganha ares de preocupação quando o assunto é escoamento. Além da precariedade das estradas, como ocorre em solo mato-grossense, a falta de silos para estocagem do grão implica na venda imediata da produção.

"A crise nos Estados Unidos pode aliviar a pressão da produção brasileira. Vale ressaltar que não somente Mato Grosso e Mato Grosso do Sul registraram incrementaram o plantio do grão. Outros estados também estão abastecendo o mercado interno, cuja demanda maior é prevista para os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o Nordeste brasileiro", explica o assessor técnico da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Lucas Galvan.

Segundo ele, a estimativa é que 2 milhões de toneladas de milho fiquem no estado, além do consumo interno que é de 1,5 milhão de toneladas para os produtores de aves e suínos. A exportação para outros países não passa de 500 toneladas. E é justamente neste mercado que o estado pretende apostar. "Ampliar os negócios com China, nosso principal cliente, é uma das estratégias para estabilizar o mercado sul-mato-grossense", diz Galvan. O estado tem capacidade estática para estocar 7,2 milhões de toneladas, considerando armazéns públicos e privados.

Em Mato Grosso, o mercado chinês também é uma aposta assim como os Estados Unidos. "A quebra na safra americana e a expectativa de produção somente para abastecer o mercado interno está animando os produtores e indústrias de Mato Grosso", afirma o analista do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleber Noronha.

Segundo ele, a China e os Estados Unidos já adquiriram no último mês o milho brasileiro. "A venda para os dois países é um sinal positivo, já que são os maiores produtores do mundo". Os Estados Unidos produzirão 273 milhões de toneladas na safra 12/13, seguido da China, com 200 milhões de toneladas, e pelo Brasil, com 72,7 milhões de toneladas. Para o representante do Imea, a abertura de novos mercados deve amenizar a crise na falta de infraestrutura: rodovias e armazéns. Confira a entrevista completa clicando na imagem ao lado.

Fonte: Agrodebate

◄ Leia outras notícias