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Prêmio "Produz Brasil 2012" será realizado pela primeira vez em São Paulo, dia 28/11

Dados da Confederação Nacional da Agricultura indicam que o agronegócio brasileiro responde por 29% do PIB


Publicado em: 23/11/2012 às 09:40hs

Prêmio "Produz Brasil 2012" será realizado pela primeira vez em São Paulo, dia 28/11

A 3ª edição do Produz Brasil 2012, prêmio nacional do agronegócio, será realizada pela primeira vez em São Paulo. A cerimônia de premiação, somente para convidados - autoridades políticas do agronegócio, produtores rurais e empresas participantes -, será no Jockey Club de São Paulo, no dia 28/11, às 20h. Os vencedores receberão troféu e certificado de reconhecimento. O prêmio é uma forma de reconhecer e incentivar as empresas dos diferentes segmentos do agronegócio brasileiro, que investem em tecnologia e sustentabilidade e, assim, colaboram para que o Brasil esteja em evidência no mundo, nesta área.

Com credibilidade e transparência o prêmio ganhou reconhecimento nestes dois anos de existência e foi necessário adequá-lo às novas dimensões. “Achamos por bem transferir a cerimônia de premiação para a cidade de São Paulo. É onde estão localizadas as grandes empresas e onde os negócios também acontecem”, disse Tirso Meirelles, Presidente do Conselho Nacional da Pecuária de Corte. “Porém, em outras edições, a premiação pode ocorrer em outros estados; é uma forma de sempre estar perto dos grandes centros produtivos”, completa.

Esta edição do prêmio superou a marca de empresas públicas e privadas inscritas e atraiu importantes apoios de institucionais de entidades de classe ligadas ao setor rural, como Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado de Goiás (Sifaeg) e União Brasileira da Avicultura (Ubabef).

“Para concorrer ao prêmio foram recebidos, analisados e avaliados 38 cases de empresas”, diz Claudio Silveira Brisolara, da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo e membro da comissão técnica do prêmio. “É muito interessante ver como as empresas estão preocupadas com o meio ambiente e a questão social. Estão criando projetos que realmente atendam as necessidades”. O prêmio é um retrato de como o agronegócio brasileiro está cada dia mais qualificado, independente do porte dos empreendimentos. “Estes cases são de empresas de pequeno, médio e grande porte. Isto demonstra que o perfil empreendedor e a mudança cultural, tão necessários para alavancar qualquer empreendimento, já chegou e se estabeleceu no setor”, completa Meirelles.

Categorias

O prêmio é subdividido em cinco categorias:

  • Responsabilidade Social – são analisados cases voltados a integração e promoção social. São avaliados projetos que visam contribuir para uma sociedade mais justa, respeitando o cumprimento dos deveres e das obrigações das empresas para com a sociedade;
     
  • Responsabilidade Ambiental – analisa os critérios que as empresas estabelecem como compromisso para que, em longo prazo, se estabeleça uma sociedade sustentável;
     
  • Maior Investimento em Inovação e Tecnologia na Gestão, no Processo e no Produto – o critério levado em conta não é simplesmente o tamanho do investimento, seja individualmente ou por meio de parcerias, que as empresas do agronegócio fazem em inovações tecnológicas na gestão das instituições, nos processos e mecanismos de trabalho empregados em cada uma, e ainda, nos novos e inovadores produtos, bem como o impacto que podem causar nas atividades do agronegócio;
     
  • Melhor Integração Fornecedor-Produtor – é avaliado o grau de cumplicidade, comprometimento e interação entre as empresas concorrentes e os clientes (produtores) e
     
  • Marca Mais Lembrada do Agronegócio – são analisadas as ações da empresa no setor do agronegócio.


Como cantor e fazendeiro, Eduardo Araújo, ícone da música brasileira, será homenageado. O cantor vive o dia a dia do campo com o haras onde cria cavalos das raças Anglo- Árabe e Mangalarga Marchador, além de jumento Pêga. No momento desenvolve um projeto inovador chamado de “fábrica de burros”.

Avaliação

O prêmio é reconhecido pelo rigor e transparência da avaliação. Os projetos inscritos são analisados por uma Comissão Técnica especializada, e depois por um Conselho de Jurados que verificará as seguintes dimensões de Gestão Empresarial, Empreendedorismos e Destaque de Boas Práticas de Responsabilidade Social, Ambiental, Investimento em Inovação e Tecnologia na Gestão, no Processo e no Produto, e Integração entre Fornecedor-Produtor:

I – a primeira dimensão, obrigatória, avalia a gestão praticada pela empresa e os resultados no âmbito do projeto com o qual está concorrendo, com base nos critérios de análise: apresentação do case, relevância do conteúdo, estágio de desenvolvimento do projeto, previsão de fases seguintes, regularidade fiscal e trabalhista, gestão da empresa e resultados (modelos), atitude empreendedora e práticas de responsabilidade social e ambiental;

II – a segunda dimensão, obrigatória somente para as empresas visitadas, avaliará a atitude empreendedora do empresário a partir de atributos e características pessoais validadas internacionalmente;

III – a terceira, opcional, avalia as práticas de responsabilidade social e ambiental em que a empresa se destaque, levando em consideração o projeto encaminhado.

Ganhadores de edições passadas:

2011 - UNESP - Universidade Estadual Paulista, de Araçatuba, na categoria “maior investimento em Inovação e Tecnologia, na Gestão, no Processo e no Produto”; Ourofino, fabricante de medicamentos veterinários, como “Responsabilidade Social”; John Deere, líder mundial na produção de equipamentos agrícolas, como “Marca Mais Lembrada do Agronégocio”; ABA – Associação Brasileira de Angus, na categoria “Melhor Integração Fornecedor-Produtor”, e BASF, empresa química líder mundial, em “Responsabilidade Ambiental, com o projeto Provar”.

2010 - Agro-Pecuária CFM, na categoria “maior investimento em Inovação e Tecnologia, na Gestão, no Processo e no Produto”; Syngenta Proteção de Cultivos, como “Responsabilidade Social”; Tortuga, como “Marca Mais Lembrada do Agronégocio”; Arysta LifeScience, na categoria “Melhor Integração Fornecedor-Produtor”, e Marfrig Alimentos, em “Responsabilidade Ambiental.

Agronegócio - cenário

Durante muito tempo, agricultura no Brasil estava diretamente ligada aos coronéis, donos de terras e métodos defasados de produção. O aumento da participação do agronegócio na economia brasileira dinamizou ainda mais as suas atividades, aproximando-as do compasso empresarial urbano.

O agronegócio é um dos maiores e mais lucrativos segmentos do mundo, responsável pela geração de U$ 6,5 trilhões/ano. No Brasil é considerado o setor mais importante da economia nacional, representando aproximadamente um terço do PIB do país, o que corresponde a cerca de 29% do PIB brasileiro, de acordo com dados da Confederação Nacional da Agricultura – CNA.


* Valores a preços correntes.
** Dados publicados em Novembro de 2012, referentes a agosto de 2012.
Fonte: Cepea-USP /Faemg /Seapa 8

Os ganhos em escala, acesso ao mercado de capitais e atração de novos investidores deve levar as exportações, ainda em 2012, a números significativos. Em outubro atingiram o recorde de US$ 9,64 bilhões, valor US$ 1,02 bilhão (+11,8%) superior ao registrado no mesmo mês do ano passado. As importações cresceram 11,9% em outubro e somaram US$ 1,58 bilhão. O superávit da balança comercial do agronegócio no mês passado ficou em US$ 8,06 bilhões, valor 11,8% acima do verificado em outubro de 2011. Os dados são da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, a partir de informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

De janeiro a outubro de 2012, as exportações dos agronegócios brasileiros cresceram 1,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo US$ 84,16 bilhões (41,6% do total), segundo o Instituto de Economia Agrícola. Já as importações do setor diminuíram 3,9%, também em comparação com janeiro a outubro de 2011, somando US$ 25,64 bilhões (13,9% do total). O superávit dos agronegócios de janeiro a outubro de 2012 foi de US$ 58,52 bilhões5, sendo 4,4% superior ao do mesmo período do ano anterior. Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores, com exportações de US$ 118,20 bilhões e importações de US$ 159,35 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 41,15 bilhões.


Fonte: Aliceweb - MDIC

O ganho maior foi que o Brasil assumiu posição de liderança em tecnologia e produtividade nas indústrias de carnes e etanol, além do status pioneiro de adaptação da soja para climas tropicais. 

Projeções

De acordo com o estudo “Projeções do Agronegócio – Brasil 2010/11 a 2020/21” publicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e revisadas em Janeiro de 2012 e publicadas em junho. Os produtos mais dinâmicos do agronegócio brasileiro deverão ser o algodão, soja em grão, carne de frango, açúcar, milho e celulose. Esses produtos são os que indicam maior potencial de crescimento das exportações nos próximos anos.

Vários produtos devem apresentar aumentos expressivos de produção nos próximos anos. Mas a liderança nesse sentido deve ser da soja em grão, 25,1%, carne de frango, 56,1%, carne bovina, 32,3%, açúcar, 25,7%, café, 41,2%, maçã, 35,8% e celulose, 29,7%. Esses são aqueles que devem ter a maior expansão da produção entre até 2021/2022.

A produção de grãos (soja, milho, trigo, arroz e feijão) deverá passar de 153,3 milhões de toneladas em 2011/2012 para 185,6 milhões em 2021/2022. Isso indica um acréscimo de 32,3 milhões de toneladas à produção atual do Brasil, e, em valores relativos, 21,0%. A produção de carnes (bovina, suína e aves) deverá aumentar em 10,9 milhões de toneladas. Isso representa um acréscimo de 43,2% em relação à produção de carnes de 2011/2012.

O crescimento da produção agrícola no Brasil deve continuar acontecendo com base na produtividade. Deverá ser mantido forte crescimento da produtividade total dos fatores, conforme trabalhos recentes têm mostrado. Os resultados revelam maior acréscimo da produção agropecuária que os acréscimos de área. As projeções indicam que entre 2012 e 2022 a produção de grãos (arroz, feijão, soja, milho e trigo) deve aumentar em 21,1%, enquanto a área deverá expandir-se em 9,0%. Essa projeção mostra um exemplo típico de crescimento com base na produtividade.

As estimativas realizadas até 2021/2022 são de que a área total plantada com lavouras deve passar de 64,9 milhões de hectares em 2012 para 71,9 milhões em 2022. Um acréscimo de 7,0 milhões de hectares. Essa expansão de área está concentrada em soja, mais 4,7 milhões de hectares, e na cana-de-açúcar, mais 1,9 milhão. A expansão de área de soja e cana de açúcar deverá ocorrer pela incorporação de áreas novas e também pela substituição de outras lavouras que deverão ceder área. O milho deve ter uma expansão de área por volta de 600 mil hectares e as demais lavouras analisadas mantém-se praticamente sem alteração ou perdem área, como o arroz, mandioca, trigo e feijão. Como o milho é uma atividade com elevado potencial de produtividade, o aumento de produção projetado decorre principalmente por meio de ganhos de produtividade.

Apesar do Brasil apresentar, nos próximos anos, forte aumento das exportações, o mercado interno continuará sendo um importante fator de crescimento. Em 2021/2022, 56,0% da produção de soja devem ser destinados ao mercado interno, e no milho, 84,0% da produção devem ser consumidos internamente. Haverá, assim, uma dupla pressão sobre o aumento da produção nacional, devida ao crescimento do mercado interno e das exportações do país.

Nas carnes, também haverá forte pressão do mercado interno. Do aumento previsto na produção de carne de frango, 63,0% da produção de 2021/2022 serão destinados ao mercado interno; da carne bovina produzida, 80,0% deverão ir ao mercado interno, e na carne suína, 81,0% serão destinados ao mercado interno. Deste modo, embora o Brasil seja, em geral, um grande exportador para vários desses produtos, o consumo interno é predominante no destino da produção.

Deverão continuar expressivas e com tendência de elevação as participações do Brasil no comércio mundial de soja, carne bovina e carne de frango. Como se nota, a soja brasileira deverá ter em 2021/2022 uma participação nas exportações mundiais de 43,0%, a carne bovina, 23,2%, e a carne de frango, 43,50%. Além da importância em relação a esses produtos o Brasil deverá manter a liderança no comércio mundial em café, e açúcar.

Finalmente, as projeções regionais estão indicando que os maiores aumentos de produção, 40,5%, e de área, 41,3% da cana de açúcar, devem ocorrer no Estado de Goiás, embora este ainda seja um estado de produção pequena. Mas São Paulo como maior produtor nacional, também, projeta expansões elevadas de produção e de área desse produto.

Mato Grosso deve continuar liderando a expansão da produção de soja e milho no país com aumentos previstos na produção superiores a 20% para esses dois produtos. A região denominada MATOPIBA, por estar situada nos estados brasileiros de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, deverá apresentar aumento elevado da produção de grãos assim como sua área deve apresentar também aumento expressivo. As projeções indicam para essa região deverá produzir próximo de 20 milhões de toneladas de grãos em 2022 (aumento de 27,6%) e uma área plantada de grãos entre 7 e 10 milhões de hectares ao final do período das projeções.

As áreas que vem sendo ocupadas nesses estados têm algumas características essenciais para a agricultura moderna. São planas e extensas, solos potencialmente produtivos, disponibilidade de água, e clima propício com dias longos e com elevada intensidade de sol. A limitação maior, no entanto são as precárias condições de logística, especialmente transporte terrestre, portuário, comunicação e, em algumas áreas ausência de serviços financeiros.

Fonte: VANESSA GIANELLINI COMUNICAÇÃO

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