Variação positiva é puxada pelo aumento na produção de soja e milho segunda safra, ao contrário do que se registra para os outros grandes produtores dessas duas commodities, Paraná e Rio Grande do Sul.

No Sul do país, a estiagem afeta as lavouras, ocasionando quebra de safra para soja, com retração de até 14,4% no Paraná, onde devem ser colhidas 13,195 milhões (t) e de 13,3% no Rio Grande do Sul, de 10,073 milhões (t). Além de redução na produtividade, a área plantada também está 4,2% menor no Paraná, correspondendo a 4,398 milhões de hectares. Em Mato Grosso, a soja ocupou 6,769 milhões (ha), após aumento de 5,8% em comparação com a safra 2010/2011.

Previsão é que a colheita - iniciada antes do Natal em alguns municípios onde foram plantadas variedades precoce e superprecoce - resulte em 20,986 milhões (t), volume 2,8% superior ao da safra passada. Volume colhido pode ser ainda maior, segundo a Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), podendo chegar a 22 milhões (t).

Presidente da entidade, Carlos Favaro, acrescenta que há risco maior de perda de produtividade para as lavouras de ciclo mais longo, por causa da incidência de pragas. Desde a última semana, quando foi registrado o 1º foco de ferrugem asiática no município de Sinop, o número de ocorrências chega a 14. “Por isso, alertamos os produtores para que intensifiquem a pulverização (de fungicidas) nas lavouras”. Combinação de chuvas mais intensas e calor nesta época do ano contribui para disseminação da doença.

Quanto à produção de milho safrinha, previsto para ter o plantio iniciado esta semana em Mato Grosso, o volume colhido pode chegar a 10 milhões (t), conforme adianta o superintendente regional da Conab, Ovídio Costa Miranda. Isso representaria alta de 37% sobre a quantidade de milho obtida na última safra. Projeção do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) sinaliza a ocupação de 2,203 milhões (ha), aumento de 26% sobre os 1,752 mil (ha) da safra 10/11.

Para o superintendente da Conab, a área plantada de milho pode expandir ainda mais, pela influência dos preços praticados atualmente, impactados pelo clima seco em grandes regiões produtoras, como o Sul do país e a Argentina. “Isso pode influenciar os produtores, que ainda estão no momento de decidir o plantio”.