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Preço do tomate dispara 233%

Produtores de diversas regiões do País sofreram com as baixas temperaturas e o excesso de chuvas, que atrasou o amadurecimento do fruto


Publicado em: 24/07/2012 às 11:00hs

Preço do tomate dispara 233%

Na salada do consumidor brasileiro, o tomate se tornou um hortifruti de luxo neste mês de julho. A elevação do preço do produto chegou a 233% em algumas capitais do País, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Não é difícil encontrar o quilo do fruto sendo comercializado a R$ 5, enquanto há poucas semanas o preço não ultrapassava R$ 1,50. Em Londrina, num rápido levantamento realizado pela FOLHA em quatro supermercados, os valores variaram entre R$ 3,49 e R$ 5,99 o quilo.

Segundo informações do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Deral/Seab), o valor da caixa de 23 quilos ao produtor subiu 50,34% entre os meses de março e junho. A caixa, que era comercializada a R$ 24,45 há quatro meses, em junho foi negociada a R$ 36,91. A elevação percentual deve ser ainda mais significativa quando os valores de julho forem fechados, mês em que a alta foi mais potencializada.

O técnico do Deral, Marcelo Garrido, comenta que os produtores de diversas regiões do País, inclusive do Paraná, sofreram com as baixas temperaturas e o excesso de chuvas, o que acabou atrasando o amadurecimento do tomate. ''É uma produção que fica mais eficiente no calor. Mas estas chuvas que estão ocorrendo desde maio certamente atrapalharam os produtores'', analisa Garrido.

O levantamento do Ibre/FGV aponta ainda que o aumento de preços no mês de julho é atípico. Entre 2004 e 2011, a média foi de queda nos valores em pelo menos 7%. A pesquisa relata que os meses de alta mais aguda são entre janeiro e abril, com aumento de até 15%. ''O que está acontecendo não é comum. Além das oscilações no clima, a demanda está bastante alta, o que acaba provocando uma escassez temporária no mercado'', explica o economista da Ibre/FGV, André Arruda.

Para ele, a estratégia está em não efetuar a compra do produto até que os preços se normalizem. ''Quando não compramos um produto, principalmente os perecíveis, reduzimos a probabilidade de os valores continuarem em alta, pois o comerciante não pode deixar o produto estragar nas prateleiras'', relata Arruda.

Este ano, a segunda safra de tomate do Paraná fechou com uma área de 2.100 hectares, 4% maior ante a safra 2010/11. Já a produção teve um incremento de apenas três mil toneladas, atingindo 116 mil toneladas. ''Até o final de julho, 90% da safra já deve estar colhida'', conclui o técnico do Deral, Marcelo Garrido.

Fonte: Folha Web

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