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PR: Programa de olericultura cresce, mas falta mão de obra

Produtores de olerícolas somam 600 estufas, mas encontram dificuldades para contratar trabalhadores rurais em Bandeirantes


Publicado em: 31/10/2012 às 18:50hs

PR: Programa de olericultura cresce, mas falta mão de obra

Durante muitos anos, o município de Bandeirantes ficou conhecido como maior produtor de cana de açúcar do Norte Pioneiro, empregando milhares de trabalhadores rurais. Nos últimos anos, este cenário mudou para dar espaço à diversificação na agricultura.

As várias propriedades rurais que participam do Programa de Olericultura desenvolvido pela Emater e o município sofrem atualmente com a falta de mão de obra. Hoje está difícil encontrar trabalhador rural porque muitos deixaram o município e foram trabalhar em outras regiões canavieiras.

O programa de olericultura conta com mais de 600 estufas produzindo legumes durante todo o ano. Olerícolas como tomate, pepino, abobrinha e pimentão são comercializadas em todo o país, com uma produção ininterrupta.

De acordo com o Conselho Municipal de Agricultura, Bandeirantes está se constituindo num cinturão verde na produção olerícola, que em menos de quatro anos saltou de 40 unidades para mais de 600, gerando mais de 500 empregos diretos no campo, agregando renda ao produtor e empregando centenas de ex-cortadores de cana. Apesar do crescimento, o programa de estufas sofre com a falta de mão de obra.

Segundo o gerente da fazenda Santa Rosa, o agrônomo João Vitor Gonçalves, a propriedade possui 77 estufas numa área de 90 alqueires. São 80 mil metros quadrados de área coberta, a maior de Bandeirantes. Hoje, a propriedade emprega 60 funcionários que trabalham na manutenção das estufas e outros no manejo e na separação e distribuição dos produtos. ''Nós temos dificuldades para contratar mão de obra, mesmo com carteira assinada e todos os benefícios que o trabalhador rural tem hoje. Precisamos aumentar nossa capacidade de produção, mas não conseguimos encontrar trabalhadores'', observou o engenheiro agrônomo Vitor Gonçalves.

Outro empresário que também está encontrando dificuldades para contratar pessoas é Édson de Oliveira Kagohara, proprietário do Sítio Recanto 3. Ao lado da mulher Érika Fuziki, eles tocam há um ano quatro estufas produzindo tomate, pepino e pimenta. Depois de retornar do Japão, a família se instalou em Santa Amélia e foi atraída pelo programa de estufas. ''Estamos buscado trabalhadores rurais para ampliar ainda mais o plantio de olerícolas, mas está difícil encontrar'', disse Edson Kagohara.

Expedito Filho de Souza, 47 anos, que trabalhou por 13 anos cortando cana, trabalha hoje na manutenção de estufas. ''Minha vida mudou muito e para melhor'', comemora ele. ''Hoje tenho carteira assinada e trabalho mais tranquilo. Folgo nos finais de semana e feriados e a vida passou a ser muito melhor'',

Rosicler Gaspar, casada e 3 filhos, trabalhou no corte de cana durante 11 anos e há um está inserida no programa de estufas. Ela lembra que com o novo emprego, voltou a ter uma vida digna. ''Tenho carteira assinada, cumpro meu horário e sou muito bem tratada no serviço. Aproveito as folgas e tudo que tenho direito como trabalhadora. Acabou a fase de boia-fria graças a Deus''.

O município conta com uma área de 43.560 hectares, distribuídos em diversas culturas. A cana, ao contrário do que muita gente imagina, ocupa hoje 11 mil hectares. Soja, milho e trigo somam 20 mil hectares. Como segundo maior produtor de uva fina de mesa do Paraná, a cultura está presente em 330 alqueires. A alfafa, com seus 11 mil alqueires plantados, responde pela maior produção da cultura no país. O restante é preenchido com pastagens, áreas de preservação e não agricultáveis.

Fonte: Folha Web

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