Um levantamento realizado nesta quinta-feira (25) em conjunto pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) mostrou que ocorreram perdas de 40% a 50% em folhosas como alface, couve-flor, brócolis, almeirão e rúcula em Curitiba e Região Metropolitana. Na região de Londrina, que envolve Ivaiporã, Cornélio Procópio e Apucarana, o Emater estima que as perdas em folhosas tenham sido de 40% a 70%. Este cenário já refletiu em aumento de preços para o produtor, o atacado e o consumidor.

"As geadas foram muito fortes e danificaram as plantas a céu aberto em Curitiba e Região Metropolitana", comentou o coordenador estadual de olericultura do Emater-PR, Iniberto Hamerschmidt. Segundo ele, nesta sexta-feira, a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) responde por 45% da produção de hortaliças do Estado.

O Paraná produz 83 mil toneladas de alface por ano e a RMC participa com cerca de 40 mil toneladas. Segundo ele, a alface é a cultura que tem mais áreas cobertas com túneis de plástico e TNT na região, ou seja, com 80% de cobertura. Com as geadas, conforme Hamerschmidt, o preço da alface pago ao produtor já passou de R$ 15 (caixa com 18 cabeças) para R$ 18 entre terça e quarta-feira.

De acordo com o engenheiro agrônomo do Emater de Londrina Nilson Carvalho, ocorreram perdas de 40% a 70% em lavouras de alface, rúcula e repolho. "Há partes das plantas que é possível recuperar. O repolho, por exemplo, pode ter estragadas as folhas de fora, mas a parte interna pode ser recuperada", explicou. Segundo ele, o preço pago ao produtor deve aumentar nos próximos dias.

O coordenador estadual de grãos do Emater de Apucarana, Nelson Rarger, disse que devem ocorrer perdas no milho safrinha, no café e no trigo. No entanto, ele ainda não tinha estimativas de prejuízos.

Em função das geadas, os preços de alguns produtos dispararam nesta quinta-feira (25) na Ceasa de Curitiba. Um levantamento comparando os valores praticados nesta quinta-feira (25) com o dia 15 de julho, mostrou que a alface subiu 20%, a couve-flor 66,67% e o repolho 50%. O preço da dúzia da couve-flor passou de R$ 12 para R$ 20 e do saco de 30 quilos de repolho foi de R$ 10 para R$ 15. Vale lembrar que os preços da Ceasa são para o atacado. "O maior reflexo nos preços deve acontecer na próxima semana", disse o assessor da diretoria da Ceasa de Curitiba, Valério Borba.

Na Ceasa de Londrina, até a última quarta-feira ainda não tinha sido registrado aumento de preços porque ainda estavam sendo comercializados produtos colhidos antes da geada. A Ceasa de Londrina funciona nas segundas, quartas e sextas-feiras. "Sem dúvida, deve ter majoração de preços hoje, principalmente nas folhosas", declarou o gerente da Ceasa de Londrina, Marcos Augusto Pereira.

O levantamento do Disque-Economia da Secretaria de Abastecimento de Curitiba, que pesquisa diariamente 300 produtos em 12 supermercados da capital, apontou uma alta média de 4,85% nos preços dos hortifrútis nesta quinta-feira (25)na comparação com os valores praticados em 17 de julho. Na quinta-feira (25), ocorreram aumentos na abobrinha verde (6,01%), na acelga (2,96%), no agrião (8,48%), na alface (0,66%) e no brócolis (15,93%). O serviço pesquisa 41 hortifrútis entre verduras, legumes e frutas.