O plantio do trigo sempre foi tradicional no Paraná, mas a falta de rentabilidade fez com que muitos produtores, principalmente da região nordeste do estado, migrassem para o cultivo do milho. É prevista uma queda de 10% na produção do trigo, passando de 2,4 milhões de toneladas para 2,2 milhões de toneladas. Já a perspectiva para o plantio do milho é positiva, com aumento de 65%, os produtores devem colher 10,5 milhões de toneladas, frente a de 6,3 milhões de toneladas do ciclo passado. Os dados do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura e do Abastecimento (Seab) foram divulgados na sexta-feira (27-07).

O economista Marcelo Garrido, do Deral, explica que a disputa das culturas ganhou força nas última cinco safras. "Período em que a produção do milho começou a se expandir no estado e quando os produtores de trigo amargavam queda na renda". Para se ter noção, o custo para produzir chega a R$ 15,47 a saca de 60 quilos, enquanto o preço de venda está fixado em R$ 23/sc. Já o trigo, cujo preço para comercialização é de R$ 26,97/sc, o custo de produção chegou a R$ 26,04/sc. Segundo ele, o preço do milho nesta safra é o mesmo da temporada passada.

"O que diferencia é o cenário. No ano anterior tivemos problema com a estiagem o que provocou perdas no campo. Neste ano, com a superssafra, a previsão era queda nos preços, mas não se concretizou até então", explicou o economista em entrevista ao Agrodebate. Conforme o relatório, outras culturas estão contabilizando perdas se comparadas com a safra 10/11, como é o caso da soja que terá redução de 29%, passando de 15,3 milhões de toneladas para 10,8 milhões de toneladas. No total, considerando 1ª, 2ª e safras de inverno, a produção terá um ligeira queda de 1%, passando de 31,9 milhões de toneladas para 31,6 milhões de toneladas.