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Pesquisadores levantam demandas de pesquisa e transferência de tecnologia para horticultura em MT

O evento contou com palestras e rodadas de discussão, que visaram elencar as prioridades de trabalho em Mato Grosso, que importa de outros estado 67% das frutas e 42,7% dos legumes e verduras que consome, segundo dados da Sedraf


Publicado em: 03/09/2012 às 12:30hs

Pesquisadores levantam demandas de pesquisa e transferência de tecnologia para horticultura em MT

As principais demandas de pesquisa e transferência de tecnologia para as cadeias produtivas de frutas e hortaliças em Mato Grosso foram discutidas nos dias 29 e 30 durante o I Workshop de Horticultura, promovido pela Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT). Participaram do encontro pesquisadores, professores, técnicos e estudantes.

O evento contou com palestras e rodadas de discussão, que visaram elencar as prioridades de trabalho em Mato Grosso, que importa de outros estado 67% das frutas e 42,7% dos legumes e verduras que consome, segundo dados da Sedraf.

“Mato Grosso tem as condições de clima, de solo para suprir esta deficiência. O que precisa ser feito é um esforço conjunto dos órgãos que atuam neste setor no sentido de organizá-lo. E a realização deste workshop é uma semente que está sendo plantada, é o início de uma definição das ações necessárias de pesquisa e transferência de tecnologia”, disse o diretor de assistência técnica e extensão rural da Empaer, Almir Souza Ferro.

Entre os problemas relatados durante o evento estavam a falta de cultivares adaptadas ao clima da região, falta de índices técnicos de cultivo, dificuldade de fazer as tecnologias disponíveis chegarem ao produtor, deficiência na assistência técnica, dificuldade de crédito, baixa tecnificação, inexistência de dados sobre as cadeias, entre outros.

“Geralmente a falta de dados implica na gestão pública. Saber o quanto de recurso pode ser alocado e que vai ser utilizado para fazer a demanda destas culturas em nível de estado. Falta uma conversa entre todas as instituições de pesquisa, para que possam acumular estes dados e focalizar tudo em um único banco de dados que sirva como base de trabalhos”, diz o professor da Universidade Federal de Mato Grosso, Márcio Zanuzo.

Para o técnico agrícola da prefeitura de Sorriso, Marcelo Soares, uma das principais dificuldades é a falta de parâmetros técnicos para se produzir hortaliças em Mato Grosso.

“Hoje não temos um coeficiente possamos seguir em Mato Grosso. Pelas conversas que tivemos, já vai começar esta mobilização para termos estes indicadores. Principalmente para termos bases de variedades mais adaptadas, que dariam maior produção para nós e para que não tenhamos de ficar na base da tentativa e erro ou ficar testando variedades com produtores”, afirma.

Encaminhamentos


Na parte final do Workshop, dois grupos de discussão foram formados. Um debateu as propostas de projetos de pesquisa e transferência de tecnologia para a fruticultura e outro para a olericultura.

Na fruticultura, foram escolhidas cinco espécies prioritárias de acordo com a representatividade no estado, o plantio que já é feito e com as tecnologias já disponíveis. Desta forma, a banana, o maracujá, o abacaxi, a uva e os citros foram os escolhidos para serem foco de pesquisas com a introdução e validação de variedades, plantio em sistemas produtivos, desenvolvimento de uma tabela de recomendação de adubação e calagem, pós-colheita e processamento, além de serem alvo de trabalhos de transferência de tecnologia.

Já na olericultura, iniciou-se um esboço de um projeto para fazer o zoneamento do estado, baseado no clima. Serão avaliadas cultivares de algumas espécies de legumes e vegetais em diferentes regiões do estado, de modo a se conhecer o comportamento delas e a incidência de pragas e doenças conforme as condições climáticas do local.

De acordo com o coordenador do Workshop e pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, Flávio Fernandes, o evento atingiu o objetivo esperado e marcará o início de um longo trabalho reunindo diferentes instituições do estado.

“A intenção era a de reunir um grupo de profissionais para enxergarmos quais são as dificuldades, quais são os gargalos, para que possamos fazer ações em grupo e para que uma rede de pessoas estude e tenha ações que consigam abranger o estado”, explica.

As informações debatidas serão agora organizadas em forma de projetos de pesquisa e de transferência de tecnologia. Na sequência, as propostas serão submetidas às fontes de financiamento. 

O I Workshop de Horticultura contou com apoio da Fapemat e Mundial Agrícola e com parceria da Unemat, UFMT, Empaer, Universidade Federal de Viçosa, Coopernova e Carpelo.

Fonte: Embrapa Agrossilvipastoril

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