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Oliveiras podem ser alternativa sustentável para o semiárido baiano

Diante da pior seca dos últimos 47 anos, o secretário de Agricultura, Eduardo Salles, reuniu-se nesta semana com os sócios franceses da empresa Food and Wood, Denis Moron e Didier Chinchilla, para buscar soluções inovadoras e sustentáveis que melhor se adaptam aos baixos índices pluviométricos do semiárido baiano


Publicado em: 11/05/2012 às 14:20hs

Oliveiras podem ser alternativa sustentável para o semiárido baiano

Após visitar, em abril, experimento com diversas variedades de oliveiras, implantado pelos franceses, em Rio de Contas, e verificar o potencial para a produção da cultura em plantio de sequeiro, Salles ficou entusiasmado com a nova alternativa que se apresenta para incrementar a renda de pequenos, médios e grandes produtores.

Com o objetivo de avançar nas pesquisas com novas variedades, o grupo pretende introduzir espécies do clima mediterrâneo, de regiões montanhosas que exigem poucas horas de frio, a exemplo do Norte da África (Argélia, Tunísia e Marrocos) e Turquia, ideais para produção na Chapada Alta, graças ao clima e altitude favoráveis. Os franceses demonstraram ainda interesse em firmar convênio com a Embrapa Semiárido para trazer as mudas de oliva. “Através de parceria com o governo estadual, vamos trazer as mudas de locais que possuem amplitude térmica semelhante ao da Chapada Diamantina”, disse Didier Chinchilla.

A intenção é aproveitar as áreas das estações experimentais de uvas e frutas temperadas de Morro do Chapéu, Mucugê e Rio de Contas. “Com o sucesso da cultura, o objetivo é que, futuramente, o fruto seja agroindustrializado, transformando-o em azeite de oliva ou azeitona em compotas, além de integrar ao processo os pequenos produtores”, explicou o secretário Eduardo Salles, ressaltando que as oliveiras somam-se a outras cadeias produtivas que convivem de maneira sustentável com o semiárido, a exemplo da palma, do caju, do sisal, do umbu e da ovinocaprinocultura.

“São medidas estruturantes que vão além de qualquer governo, ou seja, são frutos que deverão ser colhidos por outras gerações. Então, é algo que nós temos que começar agora, plantando essa semente para que daqui a alguns anos, caso a Bahia passe pela mesma experiência, o impacto da seca seja menor para o homem do campo. Em relação às oliveiras, formamos um grupo de trabalho para trazermos para a região da Chapada as mudas”, disse o secretário. A busca de Salles por variedades de alto padrão de qualidade e que convivem melhor com o bioma não param por aí.

Potencial para produção de café

Em função de conversas com um fundo francês, os investidores estrangeiros conseguiram recursos para a possível instalação de área experimental de café na Chapada Diamantina. “A ideia é que a partir de uma parceria com os pequenos produtores da região, os empresários franceses possam doar uma área com o sistema agroflorestal, que deverá gerar cafés de alta linhagem, como o Bourbon Amarelo, entre outras”, disse Salles.

Premiado várias vezes como o melhor do Brasil e um dos melhores do mundo, com reconhecimento em concursos nacionais e internacionais, o sucesso do café do município de Piatã, localizado na Chapada Diamantina, pode ser replicado com a instalação dessa unidade na região graças ao trabalho conjunto dos produtores, da assistência técnica oferecida, além dos 1,5 mil metros de altitude, suficientes para dar grandes resultados aos produtores.

Fonte: SEAGRI BA - Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária

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