Outros

O plantio direto e o agronegócio em debate

Preços de commodities batendo recordes e perspectivas otimistas para a manutenção desse cenário definem o momento do agronegócio brasileiro


Publicado em: 16/07/2012 às 12:20hs

O plantio direto e o agronegócio em debate

De acordo com o relatório “Perspectivas agrícolas 2012-2021” publicado no dia 10 de julho pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO), os preços de todas as commodities agrícolas seguirão em alta nos próximos dez anos. Um cenário favorável para os produtores brasileiros.

Tendo como foco essa perspectiva, a Semeato promoveu, na noite da última terça-feira (10), um evento especial para seus clientes, parceiros e revendedores. Na oportunidade, o consultor agroeconômico Carlos Cogo, ministrou uma palestra sobre as tendências dos mercados de commodities agrícolas e os impactos nos seguimentos de máquinas e implementos agrícolas no Brasil. Em sua fala, Carlos Cogo abrangeu tópicos como perfil setorial, tendências das cadeias de soja, milho e trigo, perfis de produtores, agroindústrias, exportações, áreas de produção e mercados. De acordo com dados trazidos pelo palestrante, a produção brasileira de grãos cresceu 23% nas últimas 3 safras; em 10 anos, a área de cultivo cresceu 17% e expandiu em 68% graças ao aumento de 33% da produtividade média dos grãos, com ênfase no milho (+ 61%), soja (+ 28%) e arroz (+ 42%). Sobre perspectivas, estima-se que a produção de grãos no país deva crescer 7,1% na safra 2012/2013, para 174,1 milhões de toneladas.

Com o propósito de proporcionar aos convidados uma explanação ampla e profunda sobre tema proposto e, também, debater questões relacionadas à especialidade da Semeato, o plantio direto, foram compostas duas mesas com convidados especiais que se destacaram ao longo dos anos no mercado agrícola. Participaram do debate o Diretor Presidente da Semeato, Sr. Roberto Rossato; o pioneiro em plantio direto no Chile, Sr. Carlos Crovetto Lamarca; o pioneiro em plantio direto no Brasil, Sr. Manoel Henrique Pereira; o produtor rural e Presidente da Associação Brasileira de Sementes, Sr. Narciso Barison Neto; o Membro do Conselho da CNH, Sr. Francesco Pallaro; o Presidente da Cotrijal, Sr. Nei César Mânica; o Gestor técnico da Cooplantio, Sr. Dirceu Gassen e o Chefe Geral da Embrapa Trigo Passo Fundo, Sr. Sérgio Roberto Dotto.

Durante as considerações, o diretor presidente da Semeato, Roberto Rossato, destacou a história do plantio direto, que começou no Brasil por volta dos anos 70, com o produtor paranaense Manoel Henrique Pereira. “Foi uma cruzada vitoriosa e memorável do plantio direto. Hoje estamos aqui para comemorar e parabenizar a todos pelo trabalho, e dizer que a Semeato está sempre disponível, está sempre tentando melhorar os seus produtos, o que é uma obrigação nossa como fornecedores de equipamentos agrícolas. É uma satisfação que nós estejamos todos juntos, vitoriosos e unidos nessa cruzada do plantio direto”, afirma o diretor.

O sistema plantio direto (SPD) consiste num conjunto de ações, baseado em três princípios fundamentais: ausência de preparo do solo; cobertura permanente do solo e rotação de culturas. A eliminação do preparo do solo gera uma economia de até 70% no consumo de combustíveis e conseqüente redução na emissão de gases de efeito estufa. O SPD praticamente elimina a erosão do solo evitando a poluição das águas e o assoreamento dos mananciais. O acúmulo de palha na superfície do solo resulta em aumento do teor de matéria orgânica do solo e consequentemente aumento do teor de carbono no solo, ou seja, ocorre o sequestro de carbono, que atualmente está sendo avaliado pela comunidade científica mundial e já é tido como um importante fator de contribuição para a redução do efeito estufa.

Pioneiro em plantio direto no Chile, Carlos Crovetto Lamarca, fez questão de destacar a importância de preservar o que, de acordo com ele, é o maior bem do homem: o solo. Lamarca introduziu o plantio direto na sua lavoura no ano de 1978, buscando a resposta para a seguinte questão: “porque tenho que destruir para poder produzir?!”. O resultado da implantação desse sistema em sua propriedade, ele conta emocionado: “pude observar que a vida continuava se eu deixasse de arar a terra, foi algo apaixonante como o milho pôde crescer lentamente, e pude colher 4 toneladas por hectare. O solo é o máximo que o homem pode ter, é o recurso mais importante, então eu não podia seguir destruindo o meu solo. Quando eu recebi a fazenda em Chequen, o campo tinha 0,8% de matéria orgânica, nos dias de hoje, esses campos tem 6 a 7% de matéria orgânica. Conseguimos construir em 40 anos, 40 mm de solo, isso é muito importante”, afirma.

Sobre a situação do plantio direto a nível mundial, o Eng. Agrônomo e Gestor Técnico da Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto Ltda (Cooplantio), Dirceu Gassen, levantou alguns pontos: “A referência mundial para boas práticas agrícolas é a Europa, porque eles estão querendo fazer a certificação da soja brasileira. Entre as boas práticas agrícolas, está o plantio direto, conhecimento sobre erosão, o uso eficiente da água e o tipo de tratamento que é dado às pessoas, a questão social. No Brasil, nós temos 70% de plantio direto, o sul do Brasil tem 90% ou mais, num padrão elevado, com aumento de rendimentos, então a pergunta é: se a Europa exige um padrão, porque só tem de 2 a 3% de plantio direto?! Como eles aceitam fazer uma agricultura da forma que estão fazendo, com erosões que se pode medir em metros?!”, questiona Dirceu.

A Semeato foi pioneira no desenvolvimento de máquinas agrícolas para o plantio direto no Brasil, e a sua contribuição é destacada tanto por Lamarca como por Dirceu. “A Semeato teve uma percepção muito grande do que era o plantio direto e por isso se tornou uma indústria gigantesca, que é um orgulho para o Brasil e para o mundo inteiro, que produz algo que beneficia e não destrói a natureza”, saliente Lamarca. “A Semeato é a empresa que sempre apoiou a implantação e a viabilização do plantio direto, e até hoje, não resta dúvida que a máquina a ser copiada, a máquina referência, é a da Semeato”, complementa Dirceu.

Levando-se em consideração os trabalhos desempenhados por cada um, e reconhecidos pela Semeato como de inestimável valor para o agronegócio brasileiro e mundial, ao final da palestra os debatedores receberam uma homenagem especial da empresa: a Medalha de Honra ao Mérito “O Semeador Mayor”. A medalha existe desde 1429, e surgiu a partir da Parábola do Semeador; ela é entregue àqueles que semeiam bons projetos e colhem resultados.

Cerca de 200 pessoas, entre clientes, revendedores e convidados especiais, participaram do evento que aconteceu na Associação dos Funcionários da empresa, em paralelo ao 13º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, em Passo Fundo (RS).

Fonte: Assessoria de Imprensa Semeato

◄ Leia outras notícias