Publicado em: 17/01/2012 às 16:00hs
Novas cultivares de guaranazeiro acabam de ser lançadas pela Embrapa Amazônia Ocidental para a região da Amazônia. A BRS Mundurucânia, BRS Andirá, BRS Cereçaporanga e BRS Luzéia podem contribuir para o desenvolvimento da cultura com o aumento da quantidade e da qualidade da produção do guaraná, considerado de grande importância econômica e social na região. Além de serem resistentes à antracnose, elas têm alta produtividade e contam com altos níveis de resistência à antracnose e às hipertrofias da gema floral e da gema vegetativa com, no máximo 9% de gemas atacadas, o que dispensa medidas de controle de doenças. Dependendo do sistema de produção aplicado, a produtividade pode aumentar entre 30% e 40% com o uso das novas cultivares.
Elas foram testadas para as condições do Estado do Amazonas e áreas de maior plantio comercial do guaraná. Essas cultivares têm uma adaptabilidade muito grande em todo o estado — afirma André Atroch, pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental.
Ele diz que dentro do programa de melhoramento genético da Embrapa Amazônia Ocidental, que começou há mais de 30 anos, as principais características de seleção se referem à resistência à antracnose, principal doença do guaraná na região, além da produtividade.
Selecionamos materiais que tenham, pelo menos, 1kg de sementes secas por planta ao ano. Isso significa aproximadamente 6kg de frutos por planta — conta ele.
Atroch explica ainda que a Embrapa conta com um sistema de produção já publicado que dá todas as informações para o plantio desses novos materiais. Dependendo do sistema de produção aplicado, elas são capazes de produzir entre 30% e 40% a mais. Isso se o produtor utilizar todos os tratos culturais adequados.
A vantagem do plantio desses novos materiais é a diminuição da pressão sobre a floresta. Isso porque o produtor passa a precisar de uma área menor para produzir uma grande quantidade de guaraná. Hoje, conseguimos produzir 500kg de guaraná em uma área 10 vezes menor — afirma.
Além da redução do desmatamento, pelo fato de serem resistentes a pragas e doenças, as cultivares não exigem aplicação de defensivos, como diz o pesquisador. Ele recomenda também o plantio entre 400 e 2000 plantas por hectare, dependendo do porte do material.
Para essas quatro cultivares, especificamente, é recomendada uma faixa de 500 plantas por hectare, no espaçamento de 5m x 4m entre linhas e entre plantas — orienta.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Amazônia Ocidental através do número (92) 3303-7800.
Fonte: Kamila Pitombeira/Portal Dia de Campo
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