Carlos Eduardo Lustosa Florence, diretor-executivo da Ama Brasil (Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil), diz que só neste ano já foram destinados 4,1 milhões de toneladas de fertilizantes para o Estado, 10% mais do que no mesmo período de 2011.

O Centro-Oeste, principal região produtora de soja do país, já recebeu 7,1 milhões de toneladas de adubo neste ano, 9% mais do que o volume entregue de janeiro a setembro do ano passado.

Só no mês passado, as indústrias entregaram 1,1 milhão de toneladas na região.

Diante de um volume tão grande, Florence diz que pode haver problemas pontuais na entrega, mas que os casos são muito poucos. Naildo Lopes, da Aprosoja, confirma a existência de alguns casos no Estado, mas diz que a maior preocupação dos produtores agora são os preços elevados do frete.

A conjugação de vários fatores -como a greve nos portos, a nova lei referente ao trabalho dos caminhoneiros e a maior área de soja a ser semeada no Estado- levou a essa aceleração dos preços.

Tudo isso foi agravado com a chegada antecipada da chuva, que fez os produtores acelerarem o plantio.

Nas contas de Lopes, o transporte atual do adubo do porto a Mato Grosso chega a R$ 200 por tonelada, 43% acima dos valores praticados durante a safra. Os caminhões fazem uma operação casada, levando soja para o porto e trazendo fertilizante.

Se o caminhão sair de Mato Grosso apenas para buscar adubo no porto, os gastos sobem para R$ 240 por tonelada, diz ele.

A entrega nacional de fertilizantes pelas indústrias no mês passado repetiu o recorde de 3,4 milhões de toneladas de setembro de 2011, acumulando 21,2 milhões no ano.

As estimativas do mercado são que a entrega de fertilizantes deste ano deverá superar em 5% os 28,3 milhões de toneladas entregues no ano passado.