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Menor oferta culmina preços elevados do tomate no RS

Quebra de produção nas regiões brasileiras produtoras motivam aumento de preço


Publicado em: 17/09/2012 às 11:20hs

Menor oferta culmina preços elevados do tomate no RS

Há mais de dois meses o consumidor notou o aumento constante do preço do tomate encontrado nos supermercados de todo o Estado. Segundo especialistas, o motivo pelo aumento do produto reflete na diminuição da produção nas principais regiões produtoras do país, que se localizam no norte, e centro sul, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

Na região centro sul, um grande volume de chuva atingiu as regiões produtoras nos meses de junho e julho, propiciando o aumento da umidade acarretando doenças fúngicas nas plantas. Dependendo das condições, estas doenças podem causar severos danos nas diferentes partes da planta e levar a uma redução considerável na quantidade e qualidade dos frutos produzidos e, consequentemente, diminuir a rentabilidade da cultura. Este cenário reflete nos meses de hoje, quando o Estado precisa destes produtos vindos desta região.

“Esta grande ocorrência de doenças fúngicas faz com que haja quebra na produção de tomate. Este quadro não é normal, é atípico motivado pelo excesso de umidade, pois o tomate é uma planta de clima seco”, afirma o Engenheiro Agrônomo da Emater Ascar/RS, Ivan Guarienti.

Segundo informações da gerência técnica das Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul S.A. (Ceasa), devido a quebra de produção no centro do país, nesta época está se trazendo tomates para abastecer o Rio Grande do Sul, do estado do Espírito Santo. Na safra retrasada de tomate as lavoras haviam crescido em torno de 40% principalmente na região do Espírito Santo, a produção foi muito grande e o preço havia caído por este aumento. Este fator desmotivou esta última safra, fazendo com que a produção diminuísse. Com a diminuição da oferta de tomate no mercado aliando com clima adverso que atingiu o sudeste, então o preço aumentou.

Segundo as cotações da Ceasa desta terça-feira (11), o preço médio do quilo do tomate longa vida e italiano é de R$ 4,00, e o do tomate cereja de R$ 8,57.

O Rio Grande do Sul recebe tomates de outros estados neste período, pois não produz o alimento. As condições adequadas para o cultivo é quando as temperaturas ultrapassem os 12ºC. “Abaixo desta temperatura prejudicam a floração e a produção de frutos. Por isso que nas regiões norte e centro-sul se pode plantar praticamente todos os meses do ano”, ressalta o agrônomo Guarienti.

“Nesta época do ano é característico este aumento no tomate, pois ele faz parte da cultura de verão, sazonal. Além deste agrave, neste ano tivemos a época da seca, e posteriormente as temperaturas baixas com até o acúmulo de geada prejudicando a produção acarretando doenças e diminuindo a oferta", explicou o técnico do Escritório da Emater de Carazinho, Nestor Danieli.

No Estado gaúcho a produção inicia no final do mês de outubro até o mês de dezembro. No ano de 2011, o RS cultivou 104.797,93 toneladas de tomate, com destaque para a região da serra, principalmente Caxias do Sul.

O inverno rigoroso do Rio Grande do Sul restringe a produção a estufas o que influencia no preço final do produto. “No sul existe ainda a questão do inverno que acaba diminuindo consideravelmente a produção que limita a plantação em estufas. Os grandes fornecedores da região do Norte do Estado como Caxias, Veranópolis e Porto Alegre tem enfrentado essas adversidades climáticas que acabaram causando o aumento do produto nos supermercados”, revelou analista da Ceasa, Amauri Morais Pereira.

Na região dos municípios de Passo Fundo e Carazinho, não foram referenciados pelo Escritório da Emater Regional, produtores de tomate para comercialização, pois os poucos desistiram da cultura. O agricultor Alberi Camargo possui sua propriedade as margens da BR 386 em Carazinho e nela cultiva hortaliças em quatro estufas. “Sempre produzi tomates, mas ultimamente acabei optando pelo cultivo de alface. Antes eu vendia os tomates na feira do produtor, e só assim o preço valia à pena. Hoje em dia, nesta época não podemos colher porque deveríamos ter plantado há 90 dias, e naquele período as temperaturas são baixas e chove mais, obrigando a plantar em estufa, e a estufa encarece o preço do tomate. E quando é época propícia aqui no Sul, daí o preço não compensa”, explica o agricultor.

A alternativa para os consumidores é a menor utilização do produto in natura, caso não queiram pagar um preço elevado da hortaliça. Segundo o agrônomo da Emater, a tendência é que passe mais dois ou três meses para esta situação voltar a normalidade, e os preços se estabilizarem.

“Minha sugestão é utilizar o extrato industrializado, pois este está com um preço mais baixo, devido ao grande estoque que as indústrias fazem para a abastecer o mercado o ano todo”, completa Guarienti, explicando que as hortaliças alface, batata, cebola e tomate correspondem a 80% de consumo de hortigranjeiros do Estado.

Fonte: Diário da Manhã - Passo Fundo

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