Publicado em: 30/07/2012 às 12:30hs
No Brasil, já não há mais soja à venda, apesar dos bons preços, R$ 82,00 a saca por lote no Interior do Rio Grande do Sul, valor que nunca havia sido pago desde que se planta soja no Estado, porque a safra passada também foi atingida por secas no Brasil, Argentina e Paraguai, e quem ainda tem não quer vender, esperando preços maiores. A falta é tão grande que já há cooperativas que venderam para entrega futura, mas os contratos estão vencendo, e elas não têm o produto para cumprí-los. E ainda não chegou o mês mais quente do ano nos Estados Unidos, agosto, que vai castigar ainda mais os campos. O mês é tão quente que, em cada agosto, em Chicago, morre uma média de 400 pessoas em consequência do calor. São velhos, gordos, negros e pobres que, sem qualidade de vida, sem ar-condicionado, com peso médio de 130 kg, seus corações não aguentam o calor de 40°.
Catástrofe II
As repercussões locais da seca americana e dos altos preços agrícolas se dão, principalmente, nas criações de frangos, suínos e bovinos. O preço do milho já dobrou. O farelo de soja, que custava R$ 600,00 a tonelada, em 2011, está valendo R$ 1.200,00. O especialista gaúcho em comércio internacional de produtos agrícolas Antonio Sartori, cada vez mais solicitado para palestras sobre o futuro da produção de alimentos, tem números próprios para provar que a situação mundial atual é mais grave do que parece e que, paradoxalmente, vai ser muito boa, no futuro imediato, para quem produzir soja, trigo e milho usando tecnologia para aumentar a produtividade e driblar os efeitos climáticos mais sérios. Ressabiados com a atual seca, os americanos, diz Sartori, já estão planejando colher 375 milhões de toneladas de milho e, pelo menos, 90 milhões de toneladas de soja, em 2013. A motivação maior será o preço, que deve continuar com viés de alta.
Fonte: Jornal do Comércio
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