Publicado em: 14/01/2013 às 13:30hs
As autoridades suecas, que dizem ter identificado uma das mais lucrativas redes de comércio ilegal da Europa, creem que os dois britânicos faturaram milhões de euros em suas operações.
O motivo é que a União Europeia impõe impostos de quase 10% sobre alho importado, ao mesmo tempo em que a China produz, de forma barata, cerca de 80% do alho consumido no mundo. Criminosos descobriram que poderiam faturar se o contrabandeassem para países do bloco europeu.
Na rede descoberta pelos suecos, os suprimentos aparentemente são enviados à Noruega (país não membro da UE, que não sobretaxa o alho) e, em seguida, contrabandeados à vizinha Suécia e ao resto do bloco por caminhão, evitando impostos de importação.
Em dezembro passado, outro britânico já se envolveu em crime semelhante, sendo condenado a seis anos de prisão por importação ilegal do produto da China ao Reino Unido. Ele havia dito às autoridades que estava importando gengibre, não sujeito a tributos.
Protecionismo – Pavel Borkovec, do escritório antifraude da UE (Olaf, na sigla em inglês), diz que “fraudes e irregularidades” envolvendo alho fresco chinês ocorrem desde os anos 1990.
Mas as verdadeiras implicações para o orçamento europeu começaram em 2001, quando foi criada a taxa de importação de 9,6%, com um tributo adicional de 1,2 mil euros por tonelada.
O objetivo da medida era proteger produtores europeus (de países como Espanha e Itália) da concorrência do alho chinês, que abocanhou grande parte do mercado global com seus preços reduzidos.
Os prejuízos com o contrabando são grandes. “Um contêiner de alho representa cerca de 30 mil euros (R$ 81 mil) em taxas alfandegárias (para a Europa)”, diz Borkovec.
A princípio, a fraude alfandegária era feita pela mudança do local de origem do produto – o alho era declarado como importado não da China, mas de de países com os quais a UE tem tratados preferenciais de comércio. Recentemente, os contrabandistas passaram a simplesmente levar o produto para fronteiras europeias sem declará-lo à Receita.
O Olaf estima que milhões de euros tenham sido perdidos com a prática, além das perdas indiretas de produtores por causa da concorrência desigual com o produto contrabandeado.
Fonte: G1
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