Os institutos nacionais de pesquisa agrícola da América Central a partir de agora trabalharão juntos para atender as necessidades de pesquisas dos produtores de abacate, mandioca, batata e tomate, alimentos básicos para os habitantes da região.
 
Cerca de 30 pesquisadores centro-americanos, assim como especialistas em planejamento de projetos, reuniram-se, na última semana, em Costa Rica, para definir a agenda e as linhas de pesquisa para os quatro cultivos. Esse intercâmbio foi o primeiro deste tipo promovido pelo Programa Regional de Pesquisa e Inovação por Cadeias de Valor Agrícola (PRIICA), executado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a União Europeia.
 
Víctor M. Villalobos, Diretor Geral do IICA, destacou que “a integração de redes de trabalhos é fundamental para que as cadeias produtivas possam responder às demandas do mercado. O objetivo das cadeias são fazer chegar aos consumidores produtos sãos, inócuos, de estrema qualidade e com preço justo para eles e para os produtores. Devem primar pela comunicação entre os produtores, pesquisadores e demais atores”.
 
Miguel Altamirano, coordenador do PRIICA, informou que o cronograma de trabalho será definido durante o primeiro e segundo trimestres de 2013, no mesmo período 24 fazendas da América Central formalizarão parcerias público-privadas em consórcios de pesquisa e inovação. “Na estratégia de trabalho do PRIICA as redes regionais são vitais, pois permitirão contar com apoio qualificado e estar presente em todos os países onde se desenvolverão as pesquisas e inovações agrícolas”, destacou Miguel.
 
De acordo com os pesquisadores reunidos em Costa Rica, as cadeias de abacate, mandioca, batata e tomate na América Central enfrentam desafios comuns: melhorar o conhecimento dos pequenos produtores sobre manejo integrado do cultivo; facilitar o acesso a germoplasma (segundo o lugar e o tipo de produtor); e aprender sobre o manejo pós-colheita, agregação de valor e melhora nutricional, entre outros desafios. Também possuem necessidades de capacitação, assistência técnica e transferência de tecnologia.
 
As demandas dos produtores determinam as prioridades de pesquisa. “O que temos aqui é um interesse de dar respostas aos problemas que eles enfrentem em seu trabalho diário no campo. Manifestam suas necessidades de tecnologia e nós trabalhamos para satisfazê-los”, contou Arnulfo Gutiérrez, funcionário do Instituto de Pesquisa Agropecuária do Panamá (IDIAP).
 
Entre os participantes do encontro estavam representantes dos Institutos Nacionais de pesquisa de Costa Rica, de El Salvador, da Guatemala, de Honduras, e da Nicarágua, além da Colômbia, Peru, e México.
 
José Rafael Corrales, diretor executivo do Instituto Nacional de Pesquisa de Costa Rica, afirmou que “para responder às demandas os centros de pesquisas enfrentam limitações”. “Precisamos de infraestrutura e maior acesso às tecnologias da informação e comunicação, mas ainda necessitamos de uma renovação geral”, disse.
 
Os recursos humanos dos INIAs são responsáveis por focar a pesquisa agrícola em inovação ao serviço dos agricultores. “O extencionista tem como função promover a mudança tecnológica e cognitiva dos produtores”, afirmou o especialista do IICA Manuel Miranda.
 
O Programa PRIICA tem como objetivo melhorar a disponibilidade e acesso aos alimentos na América Central por meio da pesquisa agrícola, para isso procura fortalecer as redes de inovação tecnológica vinculadas ao Sistema de Integração Centro-americano de Tecnologia Agrícola (SICTA), ao IICA e às outras organizações regionais e mundiais.

Seus recursos financeiros [5,6 milhões de dólares] derivam da União Europeia e do IICA.
 
Outras informações, miguel.altamirano@iica.int
 
Áudios:

• Arnulfo Gutiérrez, IDIAP Panamá, fala sobre a pesquisa na cadeia da batata
  
• Édgar Aguilar, INTA Costa Rica, fala sobre a pesquisa na cadeia da mandioca
• Fulvio Rivas, CENTA El Salvador, fala sobre a pesquisa na cadeia do tomate
• Juan Mora, INTA Costa Rica, fala sobre a pesquisa na cadeia do abacate