Publicado em: 25/02/2013 às 11:20hs
De acordo com o órgão, os proprietários e arrendatários flagrados serão autuados por impedir a regeneração da floresta e por descumprimento de embargo, além de terem que efetuar medidas fitossanitárias com as sobras de lavouras.
Ações realizadas na última semana na região médio norte de Mato Grosso já resultaram na apreensão de maquinários e de parte de uma safra de arroz. O flagrante foi registrado no município de Santa Carmem, distante a 493 km de Cuiabá, em uma área de 1.967 hectares. A fazenda estava embargada devido a desmatamento e uso ilegal de fogo nos anos de 2010 e 2011, informou o Ibama.
Ainda segundo o Instituto, a proibição de utilizar a localidade foi desrespeitada para garantir o cultivo de 457 hectares de arroz e milho. A colheita de arroz era realizada e o plantio da soja já estava substituindo o milho.
No local foram localizadas sobras e embalagens de agrotóxicos espalhadas de maneira imprópria. O proprietário foi notificado a fazer imediata retirada com destinação correta.
O arrendatário e o proprietário foram autuados, assim como o proprietário do armazém de Sinop que recebeu os grãos colhidos. Foram localizadas e apreendidas 72,7 toneladas de arroz em casca, que serão doadas para instituições e programas sociais que atendam aos requisitos legais, informou a assessoria.
Três tratores, um caminhão e duas colheitadeiras, uma plantadeira e um pulverizador foram apreendido, visto que o proprietário se mostrou um depositário infiel no decorrer da ação, segundo os agentes.
"A produção em áreas ilegais concorrem de maneira desleal, pois não pagam os impostos devidos e não respeitam o vazio sanitário ou qualquer outra regra, seja no uso de agrotóxicos irregulares e na questão dos direitos trabalhistas", afirma Marcus Keynes, superintendente do Ibama em Mato Grosso.
O Ibama informou ainda, por meio de sua assessoria, que alguns dos próximos alvos da Operação Soja Suja já estão com lavoura de soja em estágio avançado e a recuperação da floresta pode se tornar mais difícil. "Toda a cadeia produtiva ilegal será punida: quem desmata, quem planta, quem intermedia ou comercializa esse produto ilícito", diz Werikson Trigueiro, chefe de fiscalização do Ibama.
O Instituto deve estabelecer parcerias com a Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop, para recuperação das áreas degradadas e, também, para lidar com os restos de lavoura que ficarem nas áreas embargadas, devido a ocorrência de focos da ferrugem asiática no estado de Mato Grosso.
Fonte: Agrodebate
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