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Governo mantém incentivo à canola na abertura nacional da safra

Valorizada ao preço da soja, cuja saca de 60 kg chegou a ser comercializada em setembro ao preço de R$ 80,00, a canola seguirá recebendo incentivos do governo, na geração de pesquisa e busca de mais área para o cultivo


Publicado em: 20/09/2012 às 14:00hs

Governo mantém incentivo à canola na abertura nacional da safra

“Nosso apoio não vai cessar, os produtores podem ficar tranquilos quanto a isso”, assegurou o coordenador geral de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), João Abreu Neto. O anúncio, feito na terça-feira (18/9), em Colorado, na abertura nacional da safra, agradou os produtores. “A canola veio para somar e remunerar”, disse o produtor Ricardo Tomazoni, cuja lavoura de quatro hectares foi sede do evento.

Assim como Tomazoni, a maioria dos produtores de canola de Colorado fechou contrato com a empresa de biodiesel BSBios, com sede em Passo Fundo. A empresa está pagando R$ 53,00 pelas 14 sacas produzidas em um hectare – no ano passado os produtores recebiam R$ 46,00. As sacas restantes são comercializadas ao preço do dia da soja, mais um real. A produtividade esperada nas lavouras gaúchas nesta safra é de 25 a 30 sacas por hectare. “O custo de produção é baixo, em torno de 12 sacas por hectare”, disse Tomazoni, antecipando que irá ampliar para 20 hectares a área cultivada com a cultura.

Segundo o coordenador geral de Agroenergia do Mapa, desde 2004, quando foi criado o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, o governo tem estimulado no país o registro e a pesquisa de novos defensivos e de oleaginosas – a canola no Sul, o girassol no Centro Oeste, a palma no Norte e a mamona no Nordeste. O óleo extraído dessas plantas é matéria-prima para o biodiesel. Atualmente, lamentou Neto, há apenas um registro de defensivo agrícola para canola no Mapa.

O representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), André Grosse Machado, destacou outro propósito, além do energético, do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. ”Vemos um potencial muito grande para geração de renda aos agricultores familiares”, disse Machado. “A canola dá dinheiro e serve para rotação de cultura”, disse o gerente técnico da Emater/RS-Ascar, Dulphe Pinheiro Machado. No começo do ano, lembrou Machado, a Emater/RS-Ascar e a BSBios renovaram um termo de cooperação técnica com a finalidade de fomentar a cultura no Rio Grande do Sul. “A canola vem ao encontro do nosso trabalho”, completou o gerente da Emater/RS-Ascar da região administrativa de Ijuí, Geraldo Kasper. A Região de Ijuí é a segunda maior produtora da oleaginosa no Estado, atrás da Região de Passo Fundo.

“A canola não vem para competir com o trigo, pois dois terços das terras do Sul do país ficam ociosos no inverno”, disse o chefe geral da Embrapa Trigo, Sérgio Dotto. A Embrapa, segundo Dotto, estará envolvendo onze de seus pesquisadores em um programa de pesquisa sobre canola, com apoio do Mapa, MDA, BSBios e Associação Brasileira dos Produtores de Canola (AbrasCanola). “O Rio Grande do Sul não pode desperdiçar o inverno, porque nesse período temos água, máquinas e terras ociosas, condições perfeitas à canola”, disse o presidente da AbrasCanola e diretor presidente da BSBios, Erasmo Carlos Batisttella.

Brasília

Nesta quinta-feira (20/9), uma comitiva gaúcha, liderada pelo presidente da AbrasCanola, estará em Brasília, reunida com representantes de 13 ministérios. No encontro, marcado para as 10h na Casa Civil, os gaúchos entregarão um documento que contém números que atestam o impacto positivo do biodiesel na economia brasileira. “O biodiesel agrega 30% ao PIB nacional”, antecipou Erasmo Carlos Batisttella. “Queremos novos horizontes para o programa nacional, com tecnologia e incremento de área, para vencermos o desafio de manter o Rio Grande do Sul na dianteira da produção nacional de canola”, concluiu Batisttella.

O Rio Grande do Sul, segundo a Emater/RS-Ascar, é o maior produtor nacional de canola, seguido pelo Paraná. A área cultivada pelos gaúchos no Estado é de aproximadamente 33 mil hectares.

Também participaram da abertura nacional da safra da canola o coordenador da Câmara Setorial do Trigo, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), Áureo Mesquita de Almeida, vice-presidente da Cotrijal, Jairo Kohlrausch, presidente da Aprosoja, Pedro Nardes, representante da Fetag, Nestor Bonfante, vice-presidente do Sicredi Rota das Terras, Fabrício Zatt, superintendente regional Alto Uruguai do Banrisul, Ângelo Luz, representante do Banco do Brasil, Antônio Áustria, presidente do Sindicato Rural de Colorado, César Guareschi, e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Colorado, Edair Nicolau.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

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