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Genética impediu perda maior

A comitiva da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT) em viagem ao ?Intercâmbio da Soja? pelos Estados Unidos visitou na sexta-feira (31-08) a Farm Progresso Show, na cidade de Boone, estado de Iowa


Publicado em: 03/09/2012 às 16:10hs

Genética impediu perda maior

Durante o evento, os produtores rurais de Mato Grosso tiveram a oportunidade de conversar com o secretário de Agricultura de Iowa, Bill Northey. Na pauta, o assunto que tem dominado os noticiários de agricultura brasileiro e também norte-americano: a seca que assola as lavouras nos Estados Unidos.

Notrhey confirmou a redução de produtividade das lavouras de milho e acrescentou que a perda não será maior porque, entre outras coisas, a genética das sementes garantiu o mínimo de produtividade. “Se fosse em outros tempos, a seca arrasaria com toda nossa safra. Em 1988, por exemplo, que foi o último ano que vimos uma seca como a atual, colhemos 80 bushels por acre”, explicou.

Segundo secretário, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), estimou que as lavouras vão render uma média de 140 bushels por acre (medida norte-americana), convertido à medida usada no Brasil equivale a 147 sacas por hectare. “As chuvas em nosso estado foram esparsas, então podemos encontrar agricultores colhendo de 2 a 200 bushels por acre”, destacou Northey. Segundo o secretário de Iowa, na safra passada, os Estados Unidos tiveram uma média de produtividade nas lavouras de milho de 170 bushels por acre ou 178 sacas por hectare.

Ainda de acordo com Northey, Além disto, os produtores norte-americanos estão segurados, pois garantiram a rentabilidade em caso de catástrofe climática. “Noventa por cento dos produtores do estado contrataram o seguro, que custa US$ 40 dólares por acre”, enfatizou o secretário Bill Northey.

ETANOL - O secretário Bill Northey também comentou sobre a política norte-americana de etanol. Alguns governadores daquele país solicitaram ao governo federal modificações na lei, que obriga a mistura de 10% a 15% de etanol à gasolina. Isto porque os Estados Unidos previam uma produtividade recorde, o que derrubaria o preço. Agora, com a seca nos Estados Unidos, a prioridade de utilização do milho deve ser para atender a outros setores, como a indústria de alimentos. “A decisão será tomada em novembro, depois das eleições presidenciais e também depois da colheita, quando saberemos a real quebra de safra”, explicou Northey.

A questão do etanol também foi abordada pelo secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, que participou de uma mesa redonda durante o Farm Progress Show. Vilsack reforçou que o etanol não é um produto que diz respeito somente à agricultura. “Os Estados Unidos tem uma indústria forte, que transforma a produção agrícola em alimentos, fibras, rações e combustíveis. E por isso precisamos entender que na indústria do etanol há muitas empresas e famílias envolvidas também”, afirmou.

Tom Vilsack lembrou que os investimentos realizados na produção do etanol ajudaram na redução de importação de combustível. O que fez com que os Estados Unidos diminuíssem a dependência do petróleo importado do exterior e trouxe ganhos para o meio ambiente, em função da redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.

INTERCÂMBIO - O “Intercâmbio da Soja” aos Estados Unidos é um projeto da Aprosoja/MT cujo objetivo é promover o intercâmbio cultural, social e a troca de experiências entre os produtores brasileiros e norte-americanos. A viagem iniciou no último sábado (25) e os produtores mato-grossenses estão percorrendo as principais regiões de cultivo de grãos nos Estados Unidos (Illinois e Iowa).

Fonte: Diário de Cuiabá

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