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Geada, seca e granizo derrubam a cevada

Região de Guarapuava terá de importar grãos de longe para manter operações da indústria de malte da cooperativa Agrária


Publicado em: 04/12/2012 às 20:50hs

Geada, seca e granizo derrubam a cevada

A colheita da safra de cevada está chegando ao fim em Guarapuava, na região central do Paraná, e os resultados não são os melhores. As condições climáticas causaram prejuízos de até 25% na safra. A cooperativa Agrária, que compra a totalidade do cereal produzido dos cooperados na região, será obrigada a adquirir o produto de outras localidades do estado e até mesmo de Santa Catarina para complementar a produção da Agromalte, principal fábrica de malte do país e fornecedora para as principais marcas de cervejarias – a cevada é a principal matéria-prima na produção de malte.

Neste ano, os produtores de Entre Rios – distrito de Guarapuava – viram a produtividade cair por causa da estiagem registrada em agosto, da geada tardia de setembro e das constantes chuvas de outubro, que prejudicaram o início da colheita. Em algumas áreas houve também granizo.

Conforme o gerente agrícola da cooperativa, André Luiz Spitzner, a produtividade média entre os cooperados – são 550 e a maioria planta o cereal – foi de 3,3 mil quilos por hectare, contra os 4,4 mil quilos por hectare alcançados na temporada passada. O executivo frisa, no entanto, que a queda na safra não afeta a produção de malte por causa dos fornecedores parceiros.

A estimativa do núcleo regional da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), que atende 12 municípios da região, é ainda mais negativa. O agrônomo Arthur Bittencourt Filho estima que a produtividade caia entre 3 mil e 3,2 mil quilos por hectare nesta safra em toda a região, maior produtora de cevada do Paraná. Em 2011, o núcleo de Guarapuava produziu 66% do cereal no estado.

O principal destino da cevada na região é a produção de malte. Porém, conforme Bittencourt, é possível que uma parte da cevada seja destinada para ração animal por conta do problema climático que diminuiu a qualidade do produto.

Tendência

Produtores devem manter área plantada mesmo após quebra

As duas últimas safras de cevada foram consideradas boas, o que possibilitou a expansão da área plantada na região de Guarapuava. Em 2011, o polo produtivo consolidado em volta do distrito de Entre Rios plantou 30,4 mil hectares e colheu 131,5 mil toneladas. Neste ano, foram 32,7 mil hectares, mas a produtividade ficou aquém do esperado.

Segundo o gerente agrícola da cooperativa Agrária, André Luiz Spitzner, os produtores estão planejando a safra do ano que vem e devem levar em conta o histórico da cultura e as tendências do setor para definir a área plantada de 2013. Ele acredita na manutenção dos 32 mil hectares.

O principal concorrente da cevada é o trigo, ambos plantados na mesma época. De acordo com o produtor Bruno Reinhofer, que cultivou 600 hectares de cevada no distrito de Entre Rios, apesar dos problemas da cultura, os triticultores reclamam ainda mais. “O prejuízo da cevada foi menor que o do trigo. A cevada permitiu uma colheita mais rápida, abrindo espaço para que a soja fosse plantada com mais antecedência”, comparou.

O cultivo de cevada em todo o estado chega a 51 mil hectares e vem crescendo há pelo menos cinco safras. A região de Guarapuava é a que mais concentra a produção.

Fonte: Gazeta do Povo

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