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Fortalecimento da produção de base agroecológica é evidenciado em Seminário em Santa Rosa

Mais de 100 pessoas, entre agricultores, extensionistas da Emater/RS-Ascar, autoridades políticas e representantes de cooperativas, uniram-se nesta terça-feira (08/01) para debater políticas para produção e comercialização de produtos de base agroecológica


Publicado em: 09/01/2013 às 16:50hs

Fortalecimento da produção de base agroecológica é evidenciado em Seminário em Santa Rosa

Buscar o menor impacto negativo possível sobre o ambiente e o homem, melhor qualidade de vida, além de debate acerca da certificação, foram alguns dos pontos levantados durante o evento.

Para o presidente da Central de Cooperativas Unicooper, Paulo Kreutz, o seminário foi uma oportunidade de “avançar na produção mais limpa. Precisamos unir esforços para mostrar que é possível produzir organicamente, e ampliar a possibilidade de criar feiras orgânicas em nossos municípios”, afirma Kreutz. Neste contexto, a engenheira agrônoma do Departamento da Agricultura Familiar da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) Agda Regina Yatsuda Ikuta destaca que a agroecologia não é apenas uma demanda de agricultores, mas, principalmente, dos consumidores.

O agricultor familiar Gilson Antônio Schast se orgulha em revelar que em torno de 40% da produção em sua propriedade, no interior de Três de Maio, é de base agroecológica. Em parte dos 28 hectares da propriedade são produzidas, organicamente, culturas como cana-de-açúcar, milho e soja. “Meu pai sempre trabalhou desta forma e aprendemos a valorizar a produção orgânica. Não é pelo lado financeiro, é pelo prazer”, destacou Gilson.

O gerente da Emater/RS-Ascar, na região administrativa de Santa Rosa, Amauri Coracini, destaca que o evento provoca o desafio de estabelecer uma produção diferenciada de alimentos na região. “Precisamos deixar respostas velhas para trás. Para questões novas, são necessárias respostas novas”, enfatizou Coracini. O assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, engenheiro agrônomo Gilmar Francisco Vione, também acredita na viabilidade da produção de base agroecológica. “Precisamos reverter o cenário do país. Atualmente o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, e isso pode significar um grande comprometimento da saúde e da qualidade de vida”, alerta.

Entre as autoridades políticas presentes, o deputado estadual Jeferson Fernandes afirmou que “o Brasil precisa abrir espaço para debater a agricultura, sem ser aquela com uso abusivo de agrotóxicos. Isso não significa ser a favor somente do ecologista e contra o agricultor. A agricultura familiar só vai se tornar sustentável se ficar livre daqueles que a monopolizam”, destacou.

Segundo o coordenador regional adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Daniel Gorski, “o consumidor procura cada vez mais produtos limpos. Reflexo disso, podemos citar os vários exemplos de feiras com produtos agroecológicos aqui na região”. A produção de base agroecológica está permeada na missão da SDR, que inclui elevação da qualidade de vida, segurança e soberania alimentar, o rural para além da produção e negócios, agricultura familiar como um modo de vida, manutenção dos jovens no campo e sustentabilidade social e ambiental. Tais princípios foram apresentados pelo diretor do Departamento de Agricultura Familiar (DAF) da SDR, José Adelmar Batista, um dos palestrantes do evento.

Explanou também sobre a importância da Agroecologia e políticas públicas na área, a engenheira agrônoma Agda Regina Yatsuda Ikuta. Os passos para o cadastramento do produtor agroecológico no Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mecanismos de informação e controle da qualidade orgânica, e controle social na venda direta ao consumidor de produtos orgânicos sem certificação foram alguns dos aspectos abordados.

Os participantes também puderam conferir a abordagem de representantes das entidades Ecobio e Gebana Brasil, sobre produção e comercialização de produtos orgânicos.

O evento foi promovido pela Emater/RS-Ascar, Central de Cooperativas Unicooper, Arede e SDR.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

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