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Estudo confirma potencial do cerrado para técnicas de baixo carbono

Levantamento de dados socioeconômicos da região vai complementar Projeto ABC que está sendo elaborado pelo SENAR


Publicado em: 23/09/2013 às 08:20hs

Estudo confirma potencial do cerrado para técnicas de baixo carbono

Um estudo encomendado pelo grupo de trabalho formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Ministério da Agricultura e Embrapa apontou que o cerrado brasileiro tem condições de ampliar a sua produtividade na mesma área agricultável com a utilização das técnicas previstas pelo Projeto Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Intitulado “Descrição do contexto regional e setorial da agropecuária no bioma cerrado”, o trabalho foi realizado pela consultora Valéria Fechine e faz parte da etapa de elaboração do projeto, que deverá passar por uma avaliação final do Banco Mundial – que é o agente financeiro do ABC – nos próximos meses.

Segundo o assessor técnico do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social (DEPPS) do SENAR, Rafael Nascimento da Costa, um dos levantamentos realizados pela consultora, baseado no último censo agropecuário do IBGE, demonstra que os 11 estados que compõem o cerrado (Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Distrito Federal, Maranhão, Piauí e Bahia) respondem por 79% da área de pastagens degradas de todo o país. Por outro lado, essas mesmas unidades federativas são responsáveis por 65,5% do PIB agropecuário brasileiro, que em 2012 foi de R$ 171,1 bilhões. “É notório que as ações propostas pelo Projeto ABC podem intensificar os sistemas produtivos no bioma, aliando o uso de tecnologias de agricultura de baixo carbono à alta produtividade dos estados produtores”, ressalta.

A pesquisa contemplou aspectos como o perfil socioeconômico e agropecuário, uso da terra e características do bioma. Foram avaliadas também as áreas de abrangência dos municípios, o valor bruto da produção dos principais produtos agrícolas, número de estabelecimentos agropecuários, área plantada, tamanho dos rebanhos, produção e áreas desmatadas, entre outros pontos específicos.

De acordo com o assessor técnico do DEPPS, Igor Orígenes Moreira Borges, o estudo permitirá que seja realizado um diagnóstico completo do cerrado para que a entidade possa definir o público-alvo, quantas pessoas poderão ser atendidas e aonde deverão ser focadas as ações ao longo do projeto. “Conseguiremos ter uma avaliação clara da capacidade de resposta e de absorver o projeto de cada município”, destaca ele.

Confira o estudo na íntegra através do link:

http://www.senar.org.br/sites/default/files/projetoabc_3.pdf

Projeto ABC

Ação conjunta do SENAR, do Ministério da Agricultura e da Embrapa, o Projeto ABC pretende incentivar e difundir a adoção de práticas sustentáveis para a redução das emissões de gases de efeito estufa e sensibilizar o produtor para que ele invista na sua propriedade de forma a ter retorno econômico mantendo o meio ambiente preservado. O SENAR será responsável pela capacitação nas tecnologias, formação profissional e pela assessoria em campo, com recursos do Programa de Investimentos em Florestas (FIP, sigla em inglês) – via Banco Mundial –, que já encaminhou parte do recurso destinado à preparação do projeto.

O ABC vai atender nove estados do Bioma Cerrado (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Bahia, Piauí, Minas Gerais e o Distrito Federal), num período de três anos, com a promoção de quatro processos tecnológicos: recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta, sistema de plantio direto e florestas plantadas.

O projeto prevê a realização de seminários de sensibilização e divulgação nos estados participantes, capacitação tecnológica de produtores e gerentes de propriedades e instrutores do SENAR e, ainda, treinamento dos técnicos que atuarão na assessoria em campo para os produtores. Ao todo, 900 propriedades serão atendidas nos projetos piloto a serem implementados em Minas Gerais, Goiás e Tocantins. Esses estabelecimentos terão o compromisso de executar uma das tecnologias aprendidas e serão transformadas em cases de estudo e vitrines tecnológicas.

Fonte: Assessoria de Comunicação do SENAR

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