Bao não informou números sobre as reservas estatais de grãos. Mas, em um fórum no sábado (23/3), ele destacou que as proporções de arroz, trigo e milho nos estoques do governo podem refletir a demanda atual pelos grãos. A transcrição dos comentários do executivo foi publicada no portal estatal de notícias China Economic Network.

Os estoques recordes devem ajudar o governo a manter os preços dos alimentos sob controle e a taxa de autossuficiência da China em nível alto, mas pode decepcionar exportadores de grãos que estão otimistas sobre o potencial importador do mercado chinês.

Contudo, a China enfrenta um grande desafio porque a industrialização e urbanização reduzem a disponibilidade de terras cultiváveis e diminuem o número de produtores de alimentos, ao passo que a procura por grãos e carne aumenta com o crescimento da população e a ocidentalização da dieta.

As importações chinesas de cereais no ano passado subiram 156,7% ante 2011. Já o total importado pelo país em 2012 subiu 8,73 milhões de toneladas em relação ao ano anterior. O executivo atribuiu a disparada das compras da China aos preços internacionais mais baixos dos cereais e não à escassez doméstica. "É puramente uma ação de mercado que resulta de questões de preço, não de uma falta de cereais na China", afirmou Bao.