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Estiagem prolongada atinge duramente produção de sisal na Bahia

O sisal, uma das plantas símbolo de resistência e adaptação à seca, está sofrendo com a estiagem prolongada, deixando as regiões produtoras em situação calamitosa, com estimativa de perda de 75% da produção em 2013, com 20 mil toneladas


Publicado em: 23/01/2013 às 10:30hs

Estiagem prolongada atinge duramente produção de sisal na Bahia

Em 2011 a produção foi de 79.470 toneladas, número que caiu em 2012 para 48.690 toneladas, representando perda de 61%. Preocupado com essa situação, o secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura (Seagri), da Bahia, o engenheiro agrônomo Eduardo Salles, convocou a Câmara Setorial Estadual de Fibras Naturais, da qual é presidente, para debater a questão, com a participação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Buscando alternativas para o escoamento do que ainda está sendo produzido, a Câmara Setorial discutiu e encaminhou solicitação para que o governo federal publique portaria interministerial (Fazenda, Planejamento e Agricultura) autorizando a comercialização do sisal da Bahia, através dos instrumentos da Política de Garantia de Preços Mínimos, denominados Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), Pep (Prêmio para Escoamento de Produto), e AGF (Aquisição do Governo Federal). A superintendente da Conab na Bahia e Sergipe, Rose Pondé, que participou da reunião da câmara setorial ao lado do secretário estadual da Agricultura, afirmou que encaminhará e defenderá a solicitação à presidência do órgão, em Brasília.

De acordo com Wilson Andrade, secretário Executivo da Câmara Setorial de Fibras Naturais, a região sisaleira está sendo duramente atingida pela seca prolongada, situação que pode se agravar se não chover nos próximos dias. Entre as propostas discutidas durante a reunião, que além do secretário e da superintendente da Conab, contou com as presenças de representantes de todos os elos da cadeia do sisal, a câmara setorial indicou a recuperação das áreas de produção, com frentes de trabalho para garantir renda ao pequeno produtor, e montagem de cinco usinas experimentais de beneficiamento concentradas.

De acordo com o secretário Eduardo Salles, nos últimos três anos, através da Seagri e da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secti), o governo do Estado vem executando ações visando estruturar a cadeia produtiva do sisal e viabiliar a utilização de 100% da planta, com o aproveitamento dos subprodutos, e assim garantir a sustentabilidade dessa cadeia e a revitalização social e econômica de toda região do sisal.

Entre as medidas de médio prazo propostas está um projeto piloto que visa o aumento de produtividade, o aproveitamento total do sisal e a agroindustrialização. Consiste na implantação de cinco polos de produção, em áreas dentro da região do sisal selecionadas pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), de acordo com critérios técnicos, dentre eles a concentração da produção. “Em cada um desses polos haverá, no futuro, uma máquina estacionária para beneficiar o sisal”, disse Salles, explicando que, ao contrário de todas as culturas, o sisal é a única processada no campo, deixando os lucros com os intermediários, não chegando ao produtor. “Isso só acontece porque até então só se aproveita 4% da planta. Mas estamos trabalhando para mudar essa realidade, agregar valor à produção e gerar renda para o agricultor familiar”.

Fonte: Assessoria de Imprensa EBDA

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