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Escoamento da safra de MT não será acelerado

Principal destino atualmente da produção mato-grossense, o Porto de Santos terá a capacidade duplicada até 2014, após aporte de R$ 3,5 bilhões na construção de novos terminais


Publicado em: 27/03/2012 às 19:10hs

Escoamento da safra de MT não será acelerado

Mas, a intervenção na infraestrutura portuária não deve acelerar o escoamento da safra de grãos, por ser mais direcionado à carga de contêineres, explica o coordenador executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz.

Celeridade no transporte da produção estadual será garantida, acrescenta, com as obras de infraestrutura para integração aos portos do Arco Norte, que incluem Santarém e Belém (Pará) e Itacoatiara (Amazonas). Segundo informações da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), o recebimento das cargas de granel está resolvida no Porto de Santos, por causa dos investimento em tecnologia e ampliação dos terminais, mas depende de adequações na logística de transporte para além do espaço portuário, principalmente no sistema Anchieta-Imigrantes, que liga a Capital paulista ao litoral.

Maior congestionamento de caminhões se concentra às segundas-feiras, por causa do impedimento do tráfego de caminhões na região metropolitana nos fins de semana, e de segunda a sexta, os motoristas que transportam as mercadorias oriundas de Mato Grosso atravessam São Paulo à noite. Por isso, a solução apontada é ampliação da malha ferroviária.

A Codesp informa ainda que desde o ano passado está sendo aprimorado e finalizado um software que permite acompanhar a quantidade de grãos armazenada nos silos, capacidade de atendimento e número de caminhões que vai chegar por dia para descarregar soja, milho e farelo. Projeto de duplicação do Porto de Santos irá ampliar a capacidade portuária para aproximadamente 80 milhões de toneladas, com a demanda se mantendo em 42,5 milhões (t) em 2014.

Em 2011 foram movimentadas 29 milhões (t) de produtos diferenciados, principalmente grãos e líquidos. Com as melhorias, considerando os terminais mantidos em operação atualmente para recebimento de soja e farelo, a capacidade estimada até 2024 é de 16 milhões (t), sendo que a previsão de escoamento é de 14 milhões (t).

Na avaliação de Vaz, a ampliação portuária de Santos facilitará as operações da arrendatária da ferrovia em Mato Grosso, a empresa América Latina Logística (ALL) e de algumas tradings. Justamente pelo destaque que o Estado mantém na produção de commodities agrícolas, a atual condição da infraestrutura de transportes é inadmissível, opina o diretor executivo da Associação de Transportes de Cargas de Mato Grosso (ATC), Miguel Mendes. Na dependência da intermodalidade, eventualmente os caminhões precisam aguardar em longas filas para realizar a descarga, como ocorreu em fevereiro no terminal de Alto Araguaia, operado pelo América Latina Logística (ALL), quando os transportadores esperaram até 3 dias para esvaziar os caminhões. Na época, os atrasos foram provocados por um acidente em Mato Grosso do Sul, informa a empresa, acrescentando que em março foi registrada uma marca recorde, com 891 caminhões descarregados em um único dia. No penúltimo recorde, alcançado em 15 de abril de 2011, foram descarregados 832 caminhões em 24 horas. Tempo médio para descarga dos caminhões tem sido de 2h.

Na tentativa de otimizar ainda mais o processo de descarga para a safra 2011/2012, a ALL inicia a ampliação em 125% no número de vagas do estacionamento no terminal de Alta Araguaia, comportando 900 caminhões, ante o número atual de 500 vagas. Secretário extraordinário de Transporte Intermodal, Francisco Vuolo, ratifica que a concentração do escoamento da produção mato-grossense pelos portos do Sudeste e Sul será alterada em breve com os atuais investimentos em rodovias e ferrovias que passam por Mato Grosso.

Fonte: A Gazeta

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