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Embrapa leva alternativas de tecnologias para agricultores de Marcelândia (MT)

O evento contou com a participação de cerca de 150 pessoas e apresentou algumas tecnologias disponíveis para o município


Publicado em: 28/02/2012 às 12:30hs

Embrapa leva alternativas de tecnologias para agricultores de Marcelândia (MT)

No último sábado, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) participou do 1º Dia de Campo sobre Cultivares de Soja de Marcelândia (720 km de Cuiabá). O evento contou com a participação de cerca de 150 pessoas e apresentou algumas tecnologias disponíveis para o município.

Com 12 mil km², Marcelândia é um dos maiores municípios de Mato Grosso e possui boa parte de seu território formado por floresta. Dos 350 mil ha de área aberta, a maior parte é ocupada pela pecuária, sendo que 80% das pastagens encontram-se degradadas ou em estado de degradação, segundo a prefeitura local. Com este cenário e com a redução da extração de madeira, a agricultura tem crescido no município e representa uma atividade com grande potencial. Atualmente, a soja ocupa 18 mil há e a projeção das autoridades locais é de que na próxima safra este número aumente em 50%.

Neste cenário, o dia de campo buscou apresentar alternativas sustentáveis de produção para o município. Em três estações, os participantes puderam visualizar o desempenho de 14 cultivares de soja plantadas na Fazenda Pégasus, além de assistirem a palestras sobre o manejo de pastagem e sobre a integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF).

Segundo o pesquisador da Embrapa, Flávio Wruck, as características geográficas e climáticas de Marcelândia representam um promissor potencial para a utilização da integração de sistemas, gerando uma atividade sustentável para os produtores.

“A iLPF tem grande potencial no município em suas diferentes formas. Por exemplo, pode-se fazer integração de lavoura com pecuária ou lavoura-pecuária-floresta nas áreas mais propensas à lavoura. Naquelas áreas em que não dá para fazer lavoura, seja pela topografia mais acidentada ou pelo solo mais arenoso, você pode muito bem fazer a pecuária com a floresta. Pode-se aplicar a integração em suas diferentes formas aqui no município com grande potencial”, afirma o pesquisador.

Segundo Flávio Wruck a palestra apresentada durante o dia de campo foi uma forma de provocar os participantes e motivá-los a experimentar a tecnologia da integração de sistemas. Para isso, foram apresentados os desafios do sistema, os benefícios e os resultados técnicos e econômicos obtidos em Unidades de Referência Tecnológica.

O produtor Claudemir Tazar, que já conhecia o trabalho com iLPF desenvolvido pela Embrapa em Nova Canaã do Norte (MT) foi ao dia de campo para buscar mais informações sobre integração de sistemas, o que pretende implantar em sua propriedade.

“Esta alternativa de lavoura e pecuária é interessante. Arrendei uma fazenda em Marcelândia e a proposta é de fazer esta integração de sistemas. Vim aqui para ver as tecnologias, conhecer as variedades de soja e assistir as palestras para estar por dentro e tocar melhor o negócio. Informação sempre é bom né?”, disse o produtor.

Segundo o produtor Sílvio Gomes de Oliveira, organizador do dia de campo, o evento atendeu às expectativas.

“Acho que o município está contente, atingiu plenamente nossa expectativa. Vieram técnicos e agricultores de toda a região. Para nós foi plenamente satisfatório e principalmente pela presença da Embrapa dando este suporte e contribuindo para a realização deste evento”.

Reunião sobre parcerias

Na véspera do dia de campo, uma equipe da Embrapa participou de uma reunião com lideranças de Marcelândia. Na pauta estava uma apresentação geral do município, com suas características geoeconômicas e com suas potencialidades. Na sequência, o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agrossilvipastoril, Lineu Domit, fez uma apresentação do trabalho desenvolvido pela empresa em Mato Grosso, com especial destaque para a capacitação de agentes da assistência técnica e extensão rural.

Segundo Domit, a Embrapa está disponível para parcerias na montagem de Unidades de Referência Tecnológica, porém, cabe a ela o papel de assessoria técnica. A montagem e a condução são de responsabilidade dos técnicos locais. Desta forma, explica, é preciso a vontade e a ação dos agentes locais de assistência técnica.

“A Embrapa não tem como atender a todos os produtores do estado. Por isso trabalha com a capacitação de técnicos. Estas Unidades Demonstrativas serão instrumentos de trabalho dos técnicos e, quando necessário, eles terão a assessoria dos pesquisadores da Embrapa”, explica Lineu Domit.

Segundo o secretário de Agricultura de Marcelândia, João Alencar Simioni, o município está interessado em contribuir com as pesquisas agropecuárias.

“A Embrapa até o momento tem demonstrado ser parceira por meio das capacitações com técnicos. Agora, esperamos que os produtores e técnicos, junto à Secretaria de Agricultura, venham contribuir para que possamos fazer um trabalho em Unidades Demonstrativas”, disse.

Fonte: Embrapa Agrossilvipastoril

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