A fala do presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, traduz ao final de um ano o atual cenário da agricultura mato-grossense.

Dados já consolidados das safras do estado ilustram a fala do dirigente. Somente com a soja, a produção de 21,4 milhões de toneladas alcançada em 2011/12 fez o estado manter o posto de maior produtor de soja nacional, além de ser esta a maior produção estadual da história, colhida sobre a maior área, até então registrada, de 7,1 milhões de hectares.

Safra cheia, movimento altista também para as exportações da oleaginosa. Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), mostraram que até novembro, 50% do volume da oleaginosa em grão já havia sido exportado, representando 10,67 milhões de toneladas. Destaque para o farelo, com 4,32 milhões de toneladas, e o óleo, com 592 mil toneladas, com os maiores volumes embarcados.

O que contribuiu para este alto índice de exportação foi a evidente demanda externa. Os preços tornaram-se atrativos, visto que o valor médio para a exportação dos grãos no porto foi de US$ 33,11/sc, o que representa R$ 64,56/sc.

No milho, as mais de 15 milhões de toneladas deram à safrinha o status de safrão. O estado também atingiu o maior volume por área, 104 sacas por hectare, empurrando a produção para 15,56 milhões de toneladas. Dois mil e doze foi considerado como o ano dourado para o milho segunda safra, como lembra o presidente da Associação dos Produtores.

Mas para chegar a um patamar produtivo jamais verificado, produtores rurais contaram com a contribuição dos céus. "O clima nunca foi tão bom para a cultura no Estado, cujas disponibilidade de chuva e amplitude térmica, desde meados de abril, começaram a indicar grandes resultados para a cultura", acentua também Cleber Noronha, analista de mercado de Imea.

Entre uma safra e outra, Mato Grosso amplicou em 122,6% sua produção de milho segunda safra, além também de elevar em 55,9% maior a produtividade. "Outro fator que impulsionou o êxito mato-grossense foi a restrição de oferta do cereal enfrentada pelo Brasil e o mundo, que proporcionou grandes ganhos aos produtores e fornecedores através da exportação", considerou Noronha.

 Remuneração  

O desempenho produtivo, atrelado a uma demanda aquecida e preços atrativos favoreceram especialmente na geração de renda do produtor rural, avalia o presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro.

"Uma safra recorde com preços remuneradores permitiu a retomada de capitalização do produtor, que conseguiu um fôlego e pode investir mais, gerando um ambiente de negócios otimista para os demais setores da economia de Mato Grosso", avaliou o presidente da Aprosoja.

 2013 à vista  

A previsão para 2013, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), é de que a produção de soja permaneça em alta, com crescimento de 13%, mas com o milho sofrendo retrações.