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Eles abastecem São Paulo

Agricultores dos municípios que formam o cinturão verde são os responsáveis pelas hortaliças, legumes e frutas presentes na mesa do paulistano


Publicado em: 07/03/2012 às 12:10hs

Eles abastecem São Paulo

No dia a dia corrido de uma grande metrópole quase ninguém tem tempo para refletir sobre a origem das coisas. De onde veio a fruta, a verdura, o legume que você está comendo? Provavelmente você não saiba, mas por trás do colorido de seu prato há uma legião de agricultores trabalhando de sol a sol.

Dados da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) apontam para a seguinte realidade: 40% das verduras e 10% dos legumes consumidos na capital paulista vêm do cinturão verde, nome dado a um conjunto de cerca de 70 municípios que abastecem a cidade de São Paulo.

Dentre os principais fornecedores, duas regiões se alternam na liderança da produção de folhosas: Mogi das Cruzes e Sorocaba. No caso de Mogi das Cruzes, a cidade faz parte da regional do Alto Tietê, que abrange 12 municípios. Juntos, eles possuem 4.820 propriedades rurais e somam 4.797 hectares só de alface e mais 2.103 hectares de repolho.

Além disso, cada município se destaca por uma determinada produção. “Mogi das Cruzes é a capital do caqui, Biritiba-Mirim é o maior produtor de agrião”, diz Felipe Almeida, engenheiro agrônomo da Casa de Agricultura de Mogi das Cruzes.

Jorge Kanomata é um exemplo de profissional cujo serviço enche a mesa dos paulistanos de colorido e sabores. O agricultor de Biritiba-Mirim produz dezenas de produtos: minialfaces vermelhas, minialfaces romanas, chicória radicchio, repolho, erva-doce, tomilho, manjericão, etc.

São 11 hectares destinados ao cultivo e a maior parte da produção segue para a cidade de São Paulo e arredores. “Temos 50 clientes assíduos: feirantes, compradores de São Paulo, que revendem para restaurantes, produtores que fornecem para grandes redes de supermercados, etc”, diz Kanomata.

Para dar conta do trabalho, Kanomata tem 15 pessoas trabalhando com ele. “Cada planta tem seu ciclo: a alface leva de 70 a 90 dias para estar pronta para o consumo, já o alho-poró precisa de seis meses”, explica o agricultor, que decidiu cultivar minialfaces para ter um diferencial a mostrar aos consumidores. Mas o fato é que a fartura nas mesas paulistanas está diretamente relacionada à dedicação desses trabalhadores e ao fator clima.

O ano de 2010 ilustra bem o papel da meteorologia na oferta de verduras e hortaliças. Em janeiro daquele ano, a cidade de São Paulo teve a maior precipitação de chuva desde 1947. Foram 480,5 milímetros de água, segundo estatísticas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Em fevereiro, a história não foi diferente, o que acarretou em perdas de produção na zona rural e impactou o bolso do consumidor.  De acordo com o Ceagesp, na época, o repolho registrou alta de 82,19%, seguido pelo espinafre (41,85%) e pela alface (20,82%). Quem salvou a mesa dos paulistanos foram os agricultores mais tecnificados, como Maurício Kimoto, produtor de alface, pimentão e tomate em Mogi das Cruzes (SP).

Seu trunfo foi utilizar na plantação de pimentão o sombrite, uma tela de proteção e sombreamento que quebra as gotas da chuva em gotas menores minimizando o impacto na lavoura. Enfim, da próxima vez que se alimentar, lembre-se daqueles que levantam junto com o sol para garantir o colorido do seu prato e a saúde do seu corpo.

Fonte: SouAgro

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