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C.VALE: Diversificação, receita para futuro mais promissor

Diferentemente de muitos países do primeiro mundo, onde a renda dos produtores rurais é garantida por seguro, no Brasil, esse instrumento ainda não saiu do papel


Publicado em: 24/05/2012 às 13:20hs

C.VALE: Diversificação, receita para futuro mais promissor

O Fundo de Catástrofe, que garantiria os recursos para eventuais indenizações, ainda precisa ser regulamentado. Assim, os problemas climáticos seguem como a principal ameaça à permanência do homem no campo. Nos últimos anos grandes quebras de safra castigaram produtores brasileiros, principalmente em 2005 e 2009, apenas para se ficar com os eventos climáticos mais expressivos.
 
Soluções - Mas se secas, chuvas excessivas ou geadas costumam impor sacrifícios, elas também fazem o produtor despertar para a necessidade de buscar soluções para minimizar a redução da renda. Muitos deles decidiram apostar na diversificação de atividades para manter seus rendimentos mais estáveis e não pôr em risco seus negócios. O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, lembra que a agroindustrialização da cooperativa teve justamente esse objetivo. “Quando decidimos investir na construção de indústrias para agregar valor à produção dos nossos associados foi justamente para permitir que eles ampliassem seus rendimentos e não ficassem passando tantas dificuldades a cada frustração de safra. Hoje vemos com satisfação muitos de nossos associados não só amenizando os efeitos ruins do clima, mas até aumentando os seus ganhos com a diversificação. E o que nos deixa ainda mais realizados: estão construindo um futuro melhor para si e dando alegria aos pais”, interpreta Lang.
 
Hatamoto produz 60 mil frangos, mas planeja chegar a 240 mil - Geadas durante as culturas de inverno e a quebra da safra de verão poderiam ter empurrado Hisaaki Hatamoto para o endividamento se ele dependesse apenas da produção de grãos. No entanto, com dois aviários em produção e outros três em fase de construção, no interior de Assis Chateaubriand, está tranquilo e planeja novos investimentos. Dos 70 alqueires, dois salvaram a renda da família nos últimos anos. É nesta área que a produção não sofre com problemas climáticos. As 60 mil aves alojadas em ambiente climatizado asseguram uma renda líquida de R$ 12 mil a cada 45 dias. Para obter rentabilidade semelhante com soja, precisaria plantar 20 alqueires. “A partir de junho estarei alojando 150 mil aves. A renda vai triplicar e gerar mais tranquilidade”, calcula o produtor.
 
 Mudança  - Por 12 anos, Hisaaki trabalhou com gado leiteiro. A mudança de atividade foi motivada pelo clima e pelo tipo de trabalho. “No inverno, tudo é mais difícil. Com aviário não tem oscilação de temperatura e o manejo é mais tranquilo”, compara. Mas para migrar de atividade Hatamoto fez muitos cálculos e conversou por várias vezes com a equipe técnica e com avicultores mais experientes. “Nos últimos dez anos tive uma produção média de 100 sacas de soja por alqueire. Se tirar 70 sacas que é o custo de produção, sobram 30 sacas que dão um retorno médio de R$ 1.200,00 por alqueire/ano. Já com o aviário o retorno no ano pode ultrapassar a R$ 36 mil.”
 
 Maquinário  - Hatamoto, associado da C.Vale, fez outro cálculo para se convencer da rentabilidade do novo negócio. “Gosto muito de maquinários. O preço de uma colheitadeira, por exemplo, é o valor do investimento em um aviário. A diferença é que a colheitadeira é operada geralmente por um homem e fica defasada depois de uns oito anos, trabalhando apenas em duas safras. Já com o aviário o manejo pode ser feito por mulheres, a vida útil ultrapassa 20 anos, produz o ano inteiro e ainda gera adubo orgânico.”
 
 Feliz  - Hisaaki Hatamoto, natural de Okayama, no Japão, está na atividade avícola há dois e assegura que é um excelente negócio. “Estou tão feliz com os resultados que planejo construir mais três aviários, ficando com oito e uma produção de 240 mil aves”, projeta. Pai de quatro filhos que teve com Lourdes, uma descendente de italianos, Hatamoto é avô de uma menina loirinha dos olhos azuis. Ele revela orgulho de sua nacionalidade, mas diz que seu coração já é brasileiro.

Fonte: Imprensa C.Vale

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