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Cultivo de plantas de cobertura é boa opção para o inverno, sugere Iapar

Com o momento desfavorável ao cultivo do trigo, fica a dúvida para o produtor que já está plantando a safra de inverno ou que está esperando a colheita do milho safrinha para apostar em outra cultura


Publicado em: 23/04/2012 às 08:15hs

Cultivo de plantas de cobertura é boa opção para o inverno, sugere Iapar

Para os especialistas do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), existem opções que podem trazer muitos benefícios ao campo, culturas tradicionalmente fora do circuito comercial, mas fundamentais para o equilíbrio do solo e da produção agrícola.

O pesquisador Ademir Calegari afirma que os problemas com o solo estão aumentando por falta de manejo adequado, baixa diversificação de cultivos e, em alguns casos, uso excessivo de produtos químicos. Isso deixa a lavoura mais suscetível, a produtividade baixa quando o solo não está em boas condições de nutrir bem as plantas. “Não é muito fácil mensurar os efeitos positivos da rotação de cultura a médio e longo prazo, tendo em vista que estamos lidando com fatores biológicos, ambientais, mas num curto espaço de tempo o produtor vai perceber um aumento de produtividade”. Segundo Calegari, a produção pode ser de 5 a até 30% maior na safra de verão.

Ainda de acordo com o pesquisador, existe uma área muito grande, de aproximadamente 2,8 milhões de hectares no Paraná, que fica descoberta no outono/inverno. “Neste local só vai crescer mato. Isso é um pecado”, lamenta Calegari. Mesmo do ponto de vista do custo, não vale a pena deixar a terra em pousio. Conforme ele, o produtor pode produzir a própria semente de planta de cobertura de forma que o valor não passe de R$ 0,50 o quilo.

Calegari lembra, porém, que antes de tomar uma medida, o ideal é fazer um diagnóstico da área. “Depois disso, dá pra saber se a melhor opção é aveia, nabo forrageiro, ervilhaca, tremoço, azevém, ervilha forrageira ou mesmo uma associação de diferentes espécies. São opções consolidadas, com resultados consistentes de pesquisa”, salienta.

Aveia – Para o pesquisador Luiz Antônio Odenath, investir na aveia é uma boa opção no inverno. Se o agricultor escolher utilizar a espécie como planta de cobertura, Odenath recomenda a aveia preta IAPAR 61, que é rústica, tem grande produtividade e faz sucesso há muitos anos no mercado. “Nos ensaios conduzidos em quatro estados (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo) a cultivar produziu 8,5 toneladas de matéria seca por hectare. Isso faz dela uma unanimidade no setor”.
 
Odenath faz uma ressalva, porém. “O preço da semente da IAPAR 61 é alto, em torno de R$ 1,60 o quilo. Isso ocorre porque o produtor de semente tem a produção da safra de verão prejudicada em virtude de seu ciclo longo”. Ele lembra que este é o último ano para plantio de variedades de aveia sem origem, que custam em torno de R$ 0,20 o quilo. “Com isso, o agricultor terá que optar por uma semente registrada e, nesse sentido, a Iapar 61 é imbatível”, afirma.
 
Caso a ideia seja o uso como forrageira, o pesquisador recomenda a variedade de aveia branca IPR 126, também um material de elevada produtividade, que se sobressai como opção de alimentação para o gado no inverno. “Ela é mais suscetível a doenças que a IAPAR 61, mas como o produtor vai cortar a parte da planta onde há maior incidência, ela dificilmente vai apresentar problemas”, explica.

Ainda de acordo com Odenath, o longo ciclo da cultivar permite fazer de dois a cinco cortes, dependendo do local, o que assegura o fornecimento ao longo dos meses de inverno, período crítico para alimentação do rebanho em virtude da escassez de forragem. “Se o produtor preferir, ele pode fazer silagem e guardar o produto”, acrescenta.

Fonte: IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná

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