Publicado em: 30/04/2013 às 08:50hs
Nos dias de hoje, os custos de tais trilhos fixos inviabilizariam este sistema em agricultura de grande escala . No entanto, com o advento da adoção de sistemas eficazes de orientação nos tratores, através de satélites de posicionamento global (GPS), pode-se alcançar o mesmo resultado imaginado pelo antigo pesquisador.
Controle de tráfego (CT) significa criar pistas para a passagem dos rodados das máquinas, cujos locais não serão semeados. Assim como a ideia de Halketts, simplesmente não se deve transitar em áreas onde as plantas se desenvolvem.
Para alcançar este objetivo, o agricultor deve:
• Combinar a largura dos equipamentos de modo que cada equipamento possa usar os rastros(pistas) pré-existentes (por exemplo, uma barra de pulverização ou um distribuidor de fertilizante de 20,0m de largura, combinado com 6,67m das plantadeiras)
• Ajustar as bitolas e as larguras dos pneus de todos os equipamentos (por exemplo, todas as bitolas são de 3m e os pneus com no máximo 42 centímetros de largura).
• Disciplinar o tráfego sobre o mesmo rastro ano após ano, com uso do GPS de alta precisão (RTK).
Controle de Tráfego
Ao transitar sempre sobre o mesmo rastro, com ausência de plantas nesse espaço, o agricultor terá os seguintes benefícios;
1. A compactação ficará restrita somente à área delimitada para o tráfego, permitindo que em todo o restante da área haja melhor infiltração de água e melhores condições de crescimento para as raízes das plantas.
2. A restrição da compactação sobre o mesmo rastro também traz benefícios operacionais, uma vez que a superfície compactada reduz a patinação das rodas, além da economia de combustível. Nos períodos após chuva, o retorno às operações torna-se mais rápido.
3. Com menos plantas danificadas por não haver pisoteio, espera-se uma menor entrada de doenças, pois as plantas danificadas pelo pisoteio ficam mais susceptíveis a doenças que porem se espalhar para as plantas saudáveis.
4. A redução da compactação associada a outros manejos, como a semeadura direta, irá promover a melhoria na estrutura do solo, permitindo melhor crescimento das raízes e, consequentemente, melhor desenvolvimento das plantas. Essas práticas irão reduzir operações desnecessárias, economizando tempo e combustível.
Atualmente, existem agricultores que adotam o controle de tráfego desde a semeadura até a colheita. Porém, agricultores que pretendam chegar à condição ideal de controle de tráfego podem encontrar dificuldades para adaptação das bitolas, larguras de pneus em equipamentos grandes.
Nesta safra, na Fazenda Arrossensal perto de Diamantino-MT, a empresa Cruzeiro do Sul Grãos Ltda está plantando soja e milho na modalidade de Parceria agrícola e está utilizando uma versão simplificada de Controle de Tráfego (CT). A sua abordagem baseia-se em:
• Uso de plantadeiras John Deere, modelo 2130 de 13.5m de largura com 30 linhas de plantio com espaçamento de 45 centímetros e duas linhas de 60cm, que é usada para o trânsito de máquinas.
• Tratores John Deere 8335R com rodas e pneus duplos de baixa compactação para tracionar as plantadeiras.
• Tratores John Deere 6165J com bitola de 3m e pneus de 42 centímetros para tracionar distribuidor de fertilizante modelo JAN lancer maximus TRM12000 também com bitola de 3m. Estes distribuidores são equipados com tecnologia de aplicação à taxa variável RAVEN.
• Pulverizador John Deere 4730 autopropelido com 3m de bitola e pneus estreitos, com faixas de aplicações ajustáveis.
Francisco Ferreira, o Gerente Geral de Grãos da Cruzeiro do Sul Grãos explicou que o sistema de CT que eles estão usando procura encontrar um equilíbrio entre a adesão incondicional ao sistema e um sistema prático e de baixo custo, sem deixar de ter os benefícios do CT tais como a redução da compactação, das doenças e de combustível, mantendo os rastros permanentes.
"Eu acredito que nós podemos atingir 90% dos benefícios do CT, sem comprometer a capacidade de plantio e colheita. Podemos ter alguma compactação do solo durante a colheita com solo úmido, no entanto, o nosso sistema de orientação John Deere RTK pode indicar com precisão onde estará a compactação após a colheita, para promover uma subsolagem no local exato, se necessário”.
“O uso do sistema de CT faz parte de um manejo integrado com a fertilidade do solo, onde buscamos ao longo do tempo o aumento da produtividade. Nosso acordo de parceria prevê aumentos de produtividade a serem compartilhados com o proprietário da terra, além de garantir um nível de fertilidade do solo ao final do contrato“.
"Nossa parceria com a John Deere também é importante para o nosso sucesso. Somos agricultores, não mecânicos e nós apreciamos muito o apoio que recebemos da John Deere e sua rede de concessionários“, disse Francisco
Para mais detalhes sobre o Sistema de Controle de Tráfego usado pela Cruzeiro do Sul Grãos Ltda, por favor, entre em contato com Francisco Ferreira pelo e-mail francisco.ferreira@macquarieag.com.
Fonte: Cruzeiro do Sul Grãos
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