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Compra antecipada de adubo compensa

A compra antecipada de adubos e insumos agrícolas se tornou uma prática comum entre os produtores mato-grossenses


Publicado em: 23/03/2012 às 09:40hs

Compra antecipada de adubo compensa

A principal razão dessa estratégia é ter noção do que já foi investido nas plantações e calcular a produção necessária para suprir os gastos e custos. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Aplicada, Imea, dois terços dos insumos para o plantio da soja 2011/12 foram adquiridos em março do ano passado.

Para o superintendente do Imea, Otávio Celidônio, a antecipação tem suas vantagens quando se trata da receita e orçamento, porém, a transação não deixa de ser um negócio arriscado. Produtores precisam lidar com a incerteza econômica e climática. A primeira interfere na porcentagem dos lucros, conforme a valorização, ou desvalorização, do real e dólar. Enquanto a questão climática atinge radicalmente a produção da agricultura.

Sobre os fertilizantes, o gestor do Imea, Daniel Latorraca, ressalta que os preços acompanharam a valorização das commodities, em 2011, porém não recuaram diante da retração de dezembro e janeiro.

A compra antecipada no estado se baseia pela boa safra e pela condição financeira dos agricultores. Em Mato Grosso, produtores da cultura da soja são os mais antecipados quanto à compra de insumos e adubos, ficando na frente do milho e algodão, respectivamente.

IMPACTO NOS CUSTOS

A adubação tem um peso grande nos custos das lavoras. O impacto dos fertilizantes na composição de custos das principais culturas da próxima safra será de 30%. “Partindo para a relação de troca, o plantio da próxima da lavoura com uma possível alta dos fertilizantes da ordem de 10 a 15%, terá um impacto no custo total de 3 a 5%” – afirma um produtor.

O impacto poderia ser maior ainda, não fosse o câmbio, já que boa parte das matérias-primas é importa-da.

O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes, mas esse consumo representa 5,7% do consumo mundial. Então China, Índia e EUA, que são o primeiro, segundo e terceiro lugar respectivamente tem influência grande neste mercado.

Mesmo com preços em alta, há uma tendência de antecipação nas compras dos fertilizantes em todo o Brasil. Historicamente o maior volume de vendas acontece no segundo semestre do ano. De 2009 pra cá a indústria está percebendo uma mudança. Muitos produtores estão preferindo antecipar as compras.

Segundo David Roquetti Filho, um dos diretores da associação que representa a indústria de fertilizantes, os custos dos fertilizantes podem sofrer variação devido à alta dos preços do fosfato e da ureia.

Fonte: Folha do Estado

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