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Champignon em busca da popularidade

O objetivo de microempresário é mostrar para as cidades do Alto Uruguai que o cogumelo é um prato acessível, gostoso e nutritivo


Publicado em: 04/07/2012 às 09:20hs

Champignon em busca da popularidade

Com muitas ideias na cabeça e uma visão de investimento pouco usual, o chileno Juan Carlos Ramos Gutiérrez vê sua microempresa, instalada no município de Gaurama, a 17 quilômetros de Erechim, crescer degrau por degrau. Hoje com uma linha de 15 produtos no mercado, ele pensa em transformar os pepinos em conserva no carro-chefe da pequena indústria de alimentos e, em seis anos, produzir mais de 600 mil vidros de conserva por ano. Tudo por um sonho ainda maior, angariar fundos para investir na produção de cogumelos que, segundo ele, precisa de muita tecnologia para ser rentável.

A produção de cogumelos acontece em duas salas de 4 x 8 metros, que comportam 300 sacos de composto cada e produzem cerca de 675 quilos de cogumelos por mês. Esses champignons são comercializados em conserva em todos os supermercados de Erechim, municípios da região, Tapejara, Concórdia, em Santa Catarina, Pato Branco no Paraná, São Paulo (através de uma rede de supermercados de Erechim). “A nossa estratégia é não procurar fora sem conquistar o nosso mercado, até por uma questão de logística. Por isso temos que ter uma marca consolidada”, destaca.
 
Mas os cogumelos ainda são considerados um prato elitista e pouco consumido na região, o que levou a empresa investir em outros produtos. Só com cogumelos, o produtor aponta que precisaria expandir muito o mercado e com uma vasta linha de produtos, consegue faturar mais em um espaço menor. Além do mais, com uma gama maior de produtos exposta nos mercados de Erechim e região, a microempresa fica conhecida e começa a ter credibilidade, fazendo com que as pessoas se permitam a provar novos produtos.

“É importante que os brasileiros comecem a consumir o cogumelo in natura. As cidades da região não conhecem e não estão acostumadas com o champignon, mas nós queremos levar o cogumelo às pessoas, porque eu quero que a nossa produção seja consumida aqui. Acredito que, de cada 10 pessoas que provarem, sete ou oito se tornarão consumidoras permanentes”, aposta.

Tecnologia para garantir uma produção estável

Uma boa produtividade de cogumelos depende, essencialmente, de um bom controle da temperatura em todas as etapas da produção, e isso só é possível com investimento em tecnologia. Por isso, o grande sonho do chileno Juan Carlos Gomes Gutiérrez é, no futuro, participar de todas as etapas da produção do champignon, podendo garantir um produto de qualidade e rentável.
 
A produção de cogumelos é composta de quatro fases: compostagem, momento em que se mistura palha de trigo, esterco de galinha, ureia, farelo de soja e gesso e depois de um processo de fermentação forma o substrato para os cogumelos. Dependendo a época do ano e a qualidade da palha, esse processo pode durar de 22 a 30 dias. O segundo passo é a pasteurização. Conforme o produtor, nesta fase não pode haver nenhuma contaminação, o processo dura de sete a 10 dias onde aquele composto será submetido a temperaturas que chegam a 60°C. “É esta etapa que elimina todos os ácaros, larvas, e os fungos concorrentes”, explica Gutiérrez.

Depois é o processo de incubação para formação do micélio. Essa nova fase demora entre 12 e 15 dias, quando a mistura está pronta para receber a terra. Quando o micélio começa se expandir na terra, no sétimo dia se faz um choque térmico, baixando de 25 / 26°C para 15°C até começar a formar os primeiros pontinhos de cogumelos. A partir daí a sala precisa ser novamente aquecida para o champignon crescer até o tamanho desejado. A colheita dura de 20 a 60 dias.

“A temperatura é que determina todo o fluxo de produção, tanto na temperatura da compostagem, quanto do túnel, na sala de incubação determina a produção. Sem controle de temperatura esse composto vai demorar mais de 90 dias para produzir”, observa.

Hoje, a produção do chileno inicia na incubação. O substrato é adquirido junto a Coopercog de Erechim, onde é adquirido de três a quatro toneladas, o que representa uma produção média de 600 quilos de cogumelos por mês.

Como a microempresa trabalha com champignon em conserva, no cozimento o produto perde de 40 a 50% do peso. O custo de produção chega a R$ 8,00 por quilo e o lucro não chega a R$ 4,00 por quilo.

Fonte: Diário da Manhã - Passo Fundo

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