Publicado em: 23/02/2012 às 13:10hs
Para se adequar aos padrões qualitativos industriais, a cevada precisa atender requisitos de germinação, proteína, sortimento e ph. Segundo o diretor presidente da cooperativa Agrária, Jorge Karl, a Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (Fapa) investe em oito grandes áreas de pesquisa: fertilidade, fitopatologia, mecanização agrícola, controle de ervas daninhas, soja, milho, cevada e trigo.
Exigências - Karl aponta que outra tendência da pesquisa é o aumento da exigência por parte das indústrias para evitar a presença de micotoxinas no grão. Produzidas por fungos que podem estar no campo ou na armazenagem inadequada, as toxinas são prejudiciais ao homem. ''Nesse sentido, buscamos materiais mais resistentes por meio de melhoramento genético ou de um pacote tecnológico de aplicação para maior tolerância'', afirma.
Excelência - ''Eu tenho um lema que sempre digo: buscar a excelência do campo ao copo'', ressalta o pesquisador da Fapa, Noemir Antoniazzi. Segundo ele, a pesquisa busca uma cevada com bom desempenho no campo que se traduza em satisfação do cliente final, que atenda as necessidades dos produtores, da indústria, da cervejaria e do consumidor final de cerveja.
Melhoramento genético - Na área de melhoramento genético, as pesquisas objetivam variedades adaptadas à região de Guarapuava, mas que também possuam tolerância a doenças e boa produtividade, para que sejam competitivas no campo. Já na área de manejo, as pesquisas são direcionadas à fitopatologia, fertilidade de solo, época de semeadura, população de plantas e regionalização da cultura. ''Elaboramos a indicação técnica para o manuseio da cevada no campo de acordo com a realidade local e o pacote tecnológico é desenvolvido para potencializar o desempenho e a qualidade da lavoura'', explica.
Convênio - O lançamento de variedades é feito por meio de um convênio com a Embrapa e, atualmente, as quatro cultivares utilizadas pelos cooperados da Agrária são fruto dessa parceria. Antoniazzi avalia que os três grandes avanços conquistados pela pesquisa foram o aumento da produtividade, que passou de 1 t/ha na década de 1970 para mais de 4 t/ha hoje; o incremento significativo na qualidade industrial e a grande evolução no tipo agronômico da planta, que se tornou menos suscetível ao acamamento. ''Como consequência, conquistamos a estabilidade de produção e produtividade e a redução de perdas por geada'', comenta.
Oídio - A resistência ao oídio, principal doença fúngica que ataca as lavouras de cevada, é outro trabalho desenvolvido pela Fapa. Segundo Antoniazzi, a pesquisa está bastante avançada nesse sentido e, em breve, devem ser lançadas cultivares com boa tolerância ao fungo que prejudica a qualidade e a produtividade do cultivo. Para os próximos anos, o pesquisador afirma que o investimento continuará sendo em produtividade, qualidade e tolerância a doenças. ''Queremos buscar uma competitividade ainda maior porque a cultura de inverno também precisa ser rentável'', argumenta.
Fonte: Folha de Londrina
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