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Boletim avalia zoneamento do cultivo da mandioca no RS

A mandioca pode ser cultivada em quase todo o Rio Grande do Sul, sendo que os rendimentos variam conforme as condições climáticas e época de plantio.


Publicado em: 25/06/2012 às 16:30hs

Boletim avalia zoneamento do cultivo da mandioca no RS

A afirmação consta do Boletim Técnico, número 22, lançado pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro).

O trabalho intitulado “Zoneamento agroclimático da mandioca no estado do Rio Grande do Sul: uma alternativa para a produção de etanol” foi elaborado pelos pesquisadores Jaime Maluf e Ronaldo Matzenauer, com a participação de Daniela Maluf. O boletim tem financiamento da Finep e da Fapergs, por meio do Projeto Estruturante de Agroenergia do Rio Grande do Sul.

Conforme os pesquisadores, o período indicado para plantio da cultura inicia-se em 21 de agosto e se estende até 30 de novembro. As épocas de plantio compreendidas entre 21 de setembro e 30 de novembro abrangem a maior área do Estado, enquanto que as áreas indicadas para plantio entre 21 de agosto a 10 de setembro são mais restritas. As regiões com temperatura média anual igual ou superior a 21,0 º C são as que melhor satisfazem as exigências da mandioca.

A publicação foi apresentada sexta-feira (15) durante o 12º Seminário da Mandioca e da Batata Doce, em Santo Antônio da Patrulha. O evento foi promovido pela Fepagro, Emater/RS-Ascar, Embrapa, Ufrgs, UFSM, Univates, UFPel e Furg e reuniu pesquisadores, extensionistas, produtores e estudantes.

Sobre as culturas

O Rio Grande do Sul apresenta vocação para as pequenas propriedades agrícolas familiares, nas quais a mandioca sempre foi uma cultura de importância, servindo tanto para alimentação humana quanto para a alimentação animal. A cultura da mandioca (aipim) envolve hoje cerca de 30 mil famílias, 70 agroindústrias e mais de 1,5 mil pessoas.

A mandioca e a batata doce têm uma área aproximada de 120 mil hectares no Rio Grande do Sul, com uma produtividade média de 15 toneladas de raízes, 70% a 50% aproveitáveis. Segundo o pesquisador da Fepagro Zeferino Chielle, todo o produto poderia ser aproveitado com um agroprocesso adequado. A parte aérea, com produtividade de 15 a 20 toneladas por hectares, tem uma perda em torno de 95%. “Só o desperdício nos garante a sustentabilidade”, afirma.

O aproveitamento integral da planta da mandioca e batata doce necessita de agroprocesso mais desenvolvido desde o plantio, manejo dos cultivos, colheitas e processamento para termos produtos disponíveis o ano todo. O ideal, explica o especialista, seria termos 50% da produção e 90% da parte aérea, disponíveis para alimentação humana e animal e assim evitar perdas nas propriedades rurais, principalmente familiares.

Cultivos tecnicamente mais corretos representam melhor aproveitamento, sem que seja necessário o aumento de área plantada. Chielle alerta para a importância de produções de qualidade e ecologicamente corretas.

Pesquisa

Os especialistas apresentaram os resultados dos trabalhos com cultivares de mandioca, desenvolvidos pela Fepagro Taquari. As pesquisas buscam oferecer cultivares mais produtivas e manejos que permitam a redução dos custos de produção.

Segundo os pesquisadores, o número de raízes por planta e o teor de amido são características importantes para os materiais usados para consumo in natura ou para a indústria do amido. Os dados obtidos permitem concluir que as variáreis ligadas à produção de massa verde (altura do dossel, percentual de manutenção de folhas e número de hastes/planta) destacaram-se as seleções da Fepagro S 2-11-34, S 60-10 e S 5-77.

Nas variáveis ligadas à produção de raízes (número e peso de raízes/planta e teor de amido) destacam-se a Mantiqueira (37,9 t/ ha), Fepagro RS 13 (37,04 t/ha) e Fepagro RS 14 (37,47 t/ha) e a seleção da Fepagro S 60-10. Com um ciclo de produção, o teor de amido apresentou pouca variação entre os genótipos avaliados.

Fonte: Assessoria de Imprensa Fepagro

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