Publicado em: 23/04/2012 às 08:10hs
Morfologia e função. O Bocal de Ouro 2012 sintetizou a difundida busca pelo animal completo e premiou com notas expressivas aqueles que mostraram ser, além de belos, bons. A disputa, promovida pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), entre os dias 19 e 22 de abril, no Parque de Exposições Assis Brasil em Esteio/RS, encerrou com recorde histórico de pontuação e classificou oito conjuntos à final do Freio de Ouro.
A decisão, realizada na manhã de domingo (22), começou com a segunda etapa de mangueira na qual o resultado parcial já indicava alguns favoritos. Com a presença de bom público, o título que premia os melhores animais inéditos na modalidade só foi definido, porém, na pista de campo - ainda molhada pela forte chuva que caiu no sábado.
Entre as fêmeas, o nível excepcional dos conjuntos elevou a emoção e a competitividade da seletiva. Oraca do Itapororó venceu o Bocal de Ouro e ficará na história da modalidade, não só pela maior nota morfológica e recorde de pontuação da modalidade, mas também pela forma como encantou e causou empatia no público presente. “Para mim ela não é dez, é onze”, disse orgulhoso o proprietário, Aldo Vendramin.
Oraca foi a sensação do Bocal e alcançou, desde o primeiro dia números impressionantes. No julgamento morfológico, a égua recebeu a maior nota da história de um jurado (10) e ainda alcançou a maior média da etapa, no circuito do Freio de Ouro com um 9,8. No final da disputa, bateu também o recorde geral da modalidade com a nota final 23,747.
Para Francisco Martins Bastos Sobrinho, jurado da categoria junto à João Luis Arísio e Jorge Aginelo do Nascimento, a égua mostrou desde o primeiro dia que era um animal diferenciado. “Para mim ela não tem defeitos. Caminha diferente, com postura, aprumos excelentes e muito selo racial, além de funcionalmente também ser muito boa”, avaliou.
Também destacaram-se entre as fêmeas, com ótimo desempenho e notas altas, as igualmente classificadas à final do Freio de Ouro Ricoleta de São Manoel (Bocal de Prata), Idêntica dos Três Pinhais (Bocal de Bronze) e AS Malke Rancágua. O ginete destaque da categoria foi Gabriel Marty.
Entre os machos, assim como nas fêmeas, venceu o cavalo com a maior nota morfológica. Liderando do início ao fim, Suprema Atropelo não deu chances aos demais competidores e levou o Bocal de Ouro da categoria com a nota final 21,516, após ser pontuado na primeira etapa com um 8,5. “Ele é um cavalo que tem muita vontade, para frente, e nós acreditávamos muito nele”, disse o seu proprietário, Evaldo Francisco da Rosa.
O cavalo, que também trás na bagagem uma campanha morfológica bastante concisa, mostrou ótimo temperamento e habilidade na prova. “Ele foi evoluindo na prova, não atropelou nada”, brinca o proprietário. “Agora vamos seguir trabalhando sério para o Freio, pois sabemos que é uma etapa mais difícil”.
Apesar da alternância entre algumas posições, Suprema Atropelo conseguiu manter o equilíbrio e permanecer na ponta durante a prova. “É um cavalo que se destacou pela constância em todas as etapas. Foi sempre parelho e errou menos. Deve chegar ao Freio de Ouro como um dos grandes candidatos”, disse Carlos Loureiro de Souza, jurado dos machos junto à Christina Bandeira de Melo e José Pereira de Moura.
Souza ainda salientou que até mesmo os reservas, que não conseguiram a classificação, ficaram bem pontuados no final. Também tiveram ótima performance os cavalos classificados Santo Onofre Pé de Vento (Freio de Prata), Teatino do Purunã (Freio de Bronze) e Escudo da Ronda. O ginete destaque foi Cezar Augusto Freire.
O circuito do Freio de Ouro tem sequência com a classificatória da Região 5B, realizada entre os dias 10 e 13 de maio em Maringá/PR.
Fonte: Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos - ABCCC
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