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Argentina fecha plantio com peso de protagonista em mercado mundial

Semeadura recuperou-se após início marcado por problemas com alagamentos nos campos


Publicado em: 21/01/2013 às 15:50hs

Argentina fecha plantio com peso de protagonista em mercado mundial

Com 96,1% da área já coberta, a Argentina encaminha-se para o término da semeadura da safra 2012/13 nos 19,7 milhões de hectares programados para esta temporada. Em números absolutos foram alcançados 18,9 milhões de hectares, marcando um avanço interanual de 4,4 pontos percentuais e um progresso semanal de 5,3 pontos percentuais. As indicações são da Bolsa de Cereais de Buenos Aires.

Áreas ainda pendentes para o plantio encontram-se em regiões como Salta, Tucumán, Jujuy, Catamarca, Oeste Sgo del Estero (região de NOA) e também Chaco, Este Sgo del Estero e Formosa (no NEA), além do Centro Norte de Santa Fé e o Centro-Norte de Córdoba.

No Noroeste do país, pontualmente em Salta e Tucumán, a ausência de precipitações ainda influencia o plantio da safra agrícola. Além de plantar a maior área de sua história, o desenrolar da safra hermana pode determinar novos rumos para o mercado mundial. A estimativa é que o país produza 54 milhões de toneladas, volume 35% acima dos 40 milhões de toneladas do ciclo passado, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA na sigla em inglês).

A temporada passada foi marcada por inúmeras perdas provocadas pela forte estiagem. Como lembra o gestor do núcleo técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a influência azul e branca sobre a safra agrícola mundial será decisiva.

"Um dos ingredientes que podem influenciar os preços na Bolsa de Chicago é a evolução da safra argentina", citou. Noutros termos, acrescenta Godoi, as condições climáticas no país vizinho no mês de janeiro vão confirmar ou não as projeções para uma safra sul-americana do grão.

"A Argentina vem de uma quebra de safra no ciclo 2011/2012, a quarta em 10 anos. Dependendo do clima, com uma área semeada bastante extensa, o país poderá ter uma grande produção ou novamente uma quebra de safra. Até o fim de 2012 tudo caminhava bem, porém neste início de ano há informações de que o clima está seco e isso já fez com que o mercado se movimentasse", destaca o gestor do Núcleo Técnico da Famato.

Holofotes

Os holofotes focaram o continente sul-americano desde que os Estados Unidos enfrentaram uma quebra de safra na soja. Fator este que deve fazer inclusive o país perder o posto de número um na produção mundial da commodity.

Em seus relatórios periódicos, o USDA já coloca o Brasil como novo líder mundial, com os Estados Unidos na vice-posição. O relatório da última sexta-feira (11) reduziu a vantagem do Brasil sobre o concorrente, indicando uma leve recuperação dos produtores norte-americanos.

Se a projeção se concretizar, o Brasil deve colher ao fim de 2012/13 uma safra recorde de 82,5 milhões de toneladas, enquanto os americanos 82,06 milhões de toneladas.

Desta forma, Brasil deve responder por 31% da produção mundial, enquanto a Argentina outros 20%, lembra o gestor do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca.

"Acreditamos que o tamanho da safra da América do Sul será definido principalmente pela safra argentina, já que no Brasil tudo caminha bem e o ciclo já está praticamente definido, devendo fechar com 82 milhões de toneladas, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)", analisa Latorraca.

Fonte: Agrodebate

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