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Agrobrasilia 2012 tem tecnologias para o cerrado

No período de 15 a 19 de maio, acontece a Feira Agrobrasilia 2012, evento, promovido pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), em parceria com a Emater-DF e a Secretaria de Agricultura


Publicado em: 14/05/2012 às 12:30hs

Agrobrasilia 2012 tem tecnologias para o cerrado

Em sua  quinta  edição, a feira  tem como objetivo apresentar as inovações tecnológicas utilizadas nas lavouras do cerrado brasileiro.  Em 2011,foram    310 expositores  e    uma movimentação  de  R$ 212 milhões em negócios.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) , vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estará presente com tecnologias que ajudam os produtores a alcançar cada vez mais   índices produtivos de excelência.  Tecnologias  como o  sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta(iLPF), maracujá amarelo de alta produtividade,  cultivares de cenoura, pimenta e batata-doce, que agregam qualidade  e resistência a doenças, além de bioinseticidas e controle biológico de pragas são alguns dos destaques que o visitante da Agrobrasília terá a oportunidade de conhecer ao visitar a Feira.

Veja aqui as tecnologias:


ILPF

A integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) é uma tecnologia que permite a produção, numa mesma área, de grãos, carne, leite, fibras, energia e madeira. Com a utilização de diversos sistemas de produção, o que se busca é aperfeiçoar os ciclos biológicos de plantas e animais, insumos e seus respectivos resíduos. Os cultivos podem ser consorciados, em sucessão ou rotacionados. Com a adoção dessa tecnologia, o solo pode ser explorado economicamente durante todo o ano, favorecendo o aumento na oferta de alimentos a um custo mais baixo, devido ao sinergismo que se cria entre lavoura e pastagem. A iLPF tem sido incentivada em razão dos seus potenciais benefícios agronômicos, socioeconômicos e ambientais.

Cultivares de soja nos Cerrados


A Embrapa Cerrados vem atuando desde 1975 na região do Bioma Cerrado e tem como principal propósito desenvolver variedades superiores de soja para serem cultivadas nas diferentes regiões que o compõem. A extensão da parceria abrange toda região do Bioma Cerrado, especialmente os Estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Maranhão, Piauí e o Distrito Federal. As variedades desenvolvidas nessa parceria também podem beneficiar Estados adjacentes, tais como São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rondônia, e Pará, não só pelo número de variedades disponíveis, mas também devido a sua estabilidade e grande adaptação.Das variedades lançadas pela parceria com as Fundações até o momento podem ser destacadas as BRS 217 (Flora), BRS Jiripoca, BRS Raimunda, BRS Gralha, dentre outras que somadas compõem um portfólio de mais de 30 variedades.

Maracujás


BRS Gigante Amarelo

O híbrido de maracujazeiro-azedo BRS Gigante Amarelo é de alta produtividade. Nas condições do Distrito Federal, a produtividade tem ficado em torno de 42 t/ha no primeiro ano, mesmo com ataque de virose. No segundo ano de produção, essa produtividade fica em torno de 20 a 25 t/ha, dependendo do manejo.

Sua coloração externa é amarelo brilhante e a polpa é de cor amarelo forte (maior quantidade de vitamina C). Tem boa tolerância à antracnose e bacteriose, mas é susceptível à virose, verrugose e às doenças causadas por patógenos de solo. Não há informação sobre maiores danos causados por pragas.

BRS Ouro Vermelho

A BRS Ouro Vermelho é o híbrido de maracujazeiro-azedo com maior quantidade de vitamina C, com a polpa de cor amarelo forte. A produtividade nas condições do Distrito Federal tem ficado em torno de 40 t/ha no primeiro ano, sem a polinização manual. É tolerante a doenças foliares, incluindo a virose. Em diferentes locais, tem-se comportado como tolerante a doenças causadas por patógenos do solo.

BRS Sol do Cerrado


O híbrido BRS Sol do Cerrado também tem coloração externa amarela brilhante e coloração de polpa amarelo forte. A produtividade nas condições do Distrito Federal, assim como o BRS Ouro Vermelho, é em torno de 40 t/ha no primeiro ano, sem o uso de polinização manual. No segundo ano de produção, essa produtividade fica em torno de 20 a 25 t/ha. Tem tolerância a doenças foliares, como bacteriose, antracnose e virose, mas é susceptível a doenças causadas por patógenos de solo. Nas condições do Distrito Federal, normalmente, os híbridos são irrigados e plantados no período de maio a julho, com espaçamento de 2,5 m x 2,5 m. Têm floração ao ano todo, com maior concentração na época seca. Há indicadores de adaptação dessas cultivares na altitude de 376 a 1.100 m e plantio em qualquer época do ano (quando irrigado) em diferentes tipos de solo. Não se adapta a regiões sujeitas a geadas.

Os três híbridos são resistentes ao transporte, permitem maior tempo de prateleira, bom rendimento da polpa, e seus frutos são para indústria e mesa.

Forrageiras

A  Embrapa Cerrados, desde 1980, tem  um programa de introdução, avaliação, seleção e melhoramento de gramíneas e leguminosas forrageiras tropicais. O foco dos primeiros trabalhos realizados foi a introdução de grandes coleções de germoplasma e a seleção dos acessos mais adaptados e produtivos nas condições do Cerrado de Planaltina. Nesse período, foram introduzidos mais de 5.000 acessos, pertencentes a 41 gêneros botânicos. Como resultado do foram liberados comercialmente as seguintes cultivares:  Andropogon gayanus cv. Planaltina; Brachiaria brizantha cv. Arapoty; Brachiaria brizantha cv. Capiporã; Brachiaria brizantha cv. Marandu; Brachiaria brizantha cv. Piatã; Brachiaria brizantha cv. Xaráes; Brachiaria humidicola cv. Tupi; Panicum maximum cv. Vencedor; Paspalum atratum cv. Pojuca; Stylosanthes guianensis cv. Bandeirante; Stylosanthes guianensis cv. Mineirão; Stylosanthes macrocephala cv. Pioneiro; Arachis pintoi cv. Mandobi. Todas  tiveram grande impacto na pecuária de corte e leite da região, permitindo elevados ganhos em produtividade e ocupando hoje mais de 50 milhões de hectares.

Pimentas

Lançada em 2010, a pimenta BRS Seriema pertence ao grupo varietal popularmente conhecido como “bode”, que possui frutos picantes e aromáticos. Ela foi desenvolvida visando o mercado de processamento em conservas, mas também é indicada para comercialização in natura. A BRS Seriema destaca-se pela de uniformidade das plantas e dos frutos, que são pequenos e avermelhados, e pela resistência ao nematoide das galhas e baixa incidência de viroses do grupo vira cabeça.  Esse material é indicado para o mercado de conservas e in natura.

A outra pimenta apresentada pela Embrapa Hortaliças na AgroBrasília é a BRS Mari, uma cultivar do tipo dedo-de-moça mais picante que outras pimentas do mesmo tipo. A BRS Mari também alta produtividade e qualidade de fruto.

Outro destaque sempre muito atrativo é a abóbora Brasileirinha, que com muita representatividade das cores de destaque da nossa bandeira, faz muito sucesso com o publico em geral.

Variedades de Cenouras


A Embrapa Hortaliças leva para a Agrobrasilia variedades de cenoura lançadas nos últimos anos e disponíveis no mercado. Destaque para a BRS Planalto, uma cultivar para plantio de verão, que apresenta resistência à queima-das-folhas, nematóides e ainda tolerância ao florescimento. A BRS Planalto alia essas características com raízes de excelente uniformidade, em termos de tamanho e formato, e pouca incidência de ombro verde.Outro  material de cenoura que pode ser visto na vitrine tecnológica da AgroBrasília é a BRS Esplanada, uma cultivar com raízes mais finas, desenvolvida espacialmente para a produção de baby carrots, com alta resistência à queima-das-folhas e resistência moderada ao nematóide das galhas.

Batata-doce de polpa alaranjada

Outra novidade que a Embrapa Hortaliças apresenta na feira é a batata-doce Beauregard, uma cultivar de polpa alaranjada, com alto teor de carotenóides pró-vitamina A, que são convertidos em vitamina A pelo organismo. É um dos produtos que integram o programa Biofort, uma iniciativa que congrega 11 centros de pesquisa da Embrapa, além de outras instituições parceiras. O objetivo do projeto é desenvolver alimentos naturais com quantidades de nutrientes capazes de suprir a necessidade nutricional do corpo humano.

Comunicação entre insetos beneficiam o controle biológico de pragas

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia está desenvolvendo pesquisas com semioquímicos (feromônios) para controle e monitoramento de percevejos que atuam como pragas na cultura da soja no Brasil. Os feromônios são os mais importantes elementos da comunicação entre os insetos.  São substâncias químicas de cheiro peculiar, presentes em cada espécie, que atuam como meios de comunicação. As armadilhas desenvolvidas a partir de feromônios facilitam o monitoramento dos percevejos nas lavouras de soja, pois as capturas são especificas à praga-alvo, exigindo somente que o produtor conte o número de insetos. Os semioquímicos ocupam hoje cerca de 30% do mercado de biopesticidas no mundo, perdendo apenas para os inseticidas bacterianos e os botânicos.  No Brasil, o mercado de semioquímicos está em franca expansão, com mais de 15 produtos registrados e outros em fase de registro.

Inseticidas biológicos para controlar insetos transmissores de doenças e pragas agrícolas

Outra pesquisa que será mostrada pela  Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia são os  quatro inseticidas biológicos para controlar insetos transmissores de doenças e pragas agrícolas. São eles:  Bt-horus - mosquito da dengue; Sphaerus - mosquito transmissor da malária; “Ponto.Final” - lagartas que atacam culturas agrícolas e o “Fim da Picada” – borrachudos

A grande vantagem desses produtos, que foram produzidos em parceria com a empresa privada do Distrito Federal Bthek Biotecnologia, é que são altamente eficientes contra os insetos, sem causar danos à saúde humana, de animais e ao meio ambiente. Todos os inseticidas biológicos foram desenvolvidos a partir de bactérias específicas para controlar os insetos-alvo, fazendo com que sejam inofensivos à saúde humana, de animais e ao meio ambiente.

As bactérias utilizadas no desenvolvimento dos produtos fazem parte do Banco de Bacilos Entomopatogênicos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que contém mais de 2.300 variedades de bactérias benéficas com potencial para controle biológico.

Saiba mais sobre os bioinseticidas:

Bt-horus: não à dengue

O inseticida biológico Bt-horus, desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em parceria com a Bthek Biotecnologia, é capaz de controlar o mosquito transmissor da dengue (Aedes aegypti). O produto foi desenvolvido a partir da bactéria Bt (Bacilus thuringiensis), específica para controlar o inseto-alvo, amplamente utilizada em programas de controle biológico em todo o mundo e, portanto, é inofensivo à saúde humana e ao meio ambiente, podendo ser utilizado em locais que acumulam água, como plantas, lagos, cursos de água e caixas d’água, entre outros. Basta uma gota do Bt-horus para cada litro de água e as larvas do Aedes aegypti morrem em 24 horas.

Sphaerus SC: inseticida biológico que controla a malária

O bioinseticida Sphaerus foi desenvolvido à base da bactéria Bacillus sphaericus, recomendada pela Organização Mundial de Saúde para campanhas de combate a mosquitos transmissores de doenças.  Ele é eficaz para controlar o mosquito transmissor da malária, considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a doença tropical que mais causa problemas sociais e econômicos no mundo, só superada em número de mortes pela AIDS.No Brasil, principalmente na região amazônica, são registrados cerca de 500 mil casos da doença por ano, sendo a maior causa de mortalidade de crianças de até cinco anos de idade.  O Brasil tem o maior número de casos de malária das Américas e ocupa o 3° lugar do mundo na incidência da doença.O bioinseticida é eficaz também contra o mosquito urbano, ou pernilongo comum, como é mais conhecido, que também é transmissor de doenças, como a encefalite e a filariose, mais concentrada na cidade de Recife e para a qual não há vacina no Brasil.

“Ponto final” nos danos causados por lagartas às culturas agrícolas no Brasil

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia vai colocar um “ponto final” nos ataques de lagartas às culturas agrícolas no Brasil, com o desenvolvimento de um inseticida totalmente biológico capaz de controlar essas pragas, sem fazer mal à saúde humana, de animais e ao meio ambiente que, não por acaso, se chama “Ponto.Final. O produto  controla diversas lagartas que atacam culturas agrícolas, entre as quais, destacam-se: a lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis); lagarta das hortaliças (Plutella xylostella), também conhecida como traça das crucíferas; e a lagarta do cartucho do milho (Spodoptera frugiperda). O “Ponto.Final.” foi desenvolvido a partir de uma bactéria denominada Bacillus thuringiensis (Bt), amplamente utilizada em programas de controle biológico de pragas em todo o mundo, que é específica contra as lagartas e, portanto, inofensiva à saúde humana e ao meio ambiente. Com apenas um litro por hectare, o produto é capaz de matar as lagartas-alvo, preservando insetos benéficos ao ambiente, como as “joaninhas” e as “tesourinhas”, que também são eficientes como predadoras de lagartas e pulgões. O novo inseticida biológico traz ainda uma característica bastante interessante,  que é a certificação para uso em agricultura orgânica.

Fim para as picadas de borrachudos

O “Fim da Picada”, também desenvolvido a partir da bactéria Bacillus thuringiensis, é capaz de controlar os borrachudos.Os borrachudos são insetos de hábitos diurnos que pertencem à Família Simuliidae. São sugadores de sangue e, por isso, podem transmitir doenças para os seres humanos e animais. Algumas espécies desses mosquitos são vetores da oncocercose, uma doença causada por um verme que se desenvolve no sangue do homem, produzindo grandes tumores sob a pele. Quando o verme se localiza nos olhos, causa cegueira parcial ou total. Essa doença ocorre em países da África Central e da América Central, além do Brasil, onde está restrita à região amazônica. Os borrachudos atacam qualquer animal de sangue quente e picam a vítima por várias vezes. Dependendo do número e da intensidade das picadas, podem ocorrer irritações locais ou generalizadas, muitas vezes levando à perda de sangue.

Projeto Biofrito

Brasília está se tornando referência em reciclagem de óleo de fritura. Uma das formas dessa utilização é a transformação do óleo vegetal utilizado em biodiesel. A ação faz parte do projeto “Biofrito”, que é liderado pela Embrapa Agroenergia (Brasília/DF), uma das Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, com recursos da FINEP/MCT. Cada cidadão brasiliense pode participar dessa iniciativa, coletando o óleo usado na fritura e levando-o para a reciclagem, ao invés de colocá-lo no ralo da pia ou despejá-lo em fossas. A proposta do projeto é eliminar parte do resíduo que vai para a rede de esgotos, proporcionando benefícios para o sistema de tratamento de águas da capital federal. Além da Embrapa e da CAESB, são parceiros no “Biofrito” a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater/DF e o Instituto Federal de Brasília/DF.  Junto com os aspectos econômicos do aproveitamento de um resíduo e dos ambientais, da reciclagem do óleo poluente, o projeto também tem um importante aspecto social, pois a glicerina, que é um subproduto da reação de transesterificação será doada para associações de donas-de-casa que produzirão sabonetes e sabões artesanais para venda direta ao público. Alguns sabões já são atualmente produzidos com parte do óleo de fritura que tem sido recolhido e os mesmos têm sido vendidos diretamente aos consumidores, com boa aceitação.

Vitrine de Tecnologias 
 

A Embrapa Produtos e Mercados estará coordenando a implantação da Vitrine de Tecnologias e utilizará, em uma área de 6.000m², quarenta e três tecnologias oriundas das seguintes Unidades: Embrapa Cerrados, Embrapa Hortaliças, Embrapa Algodão, Embrapa Soja, Embrapa Gado de Corte, Embrapa Arroz e Feijão, Embrapa Meio Norte, Embrapa Milho e Sorgo, Unidade de Produção de Brasília/SPM e Escritório de Negócios de Dourados/SPM.

Nesse ano, o layout da Vitrine será referente ao tema Cooperativismo e Sustentabilidade que será composto por resultados dos programas de pesquisa da Embrapa, com ênfase na apresentação de sistemas produtivos, voltados para o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, como o Sistema Plantio Direto, o Sistema Santa Fé, o Sistema Bragantino e o Sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta - ILPF.

A exemplo das edições anteriores do evento deverão ser  apresentadas várias cultivares provenientes dos diversos programas de melhoramento da Embrapa.  São cultivares de arroz, milho, soja, sorgo, cenoura, abóbora, pimenta, feijão caupi, batata doce, forrageiras e girassol.

Haverá ainda a realização de um ciclo de palestras, nos dias 15 e 16 de maio, direcionadas para a agricultura familiar e para todo o público presente, sobre os resultados de pesquisa referentes a uma coleção de cultivares de feijão caupi exposta no local. Fará parte da Vitrine ainda a exposição de exemplares das raças de gado Sindi e Gir com aptidão leiteira para serem utilizados pela agricultura familiar.

Fonte: Embrapa Cerrado

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