Publicado em: 22/10/2012 às 16:20hs
Produtores que adotarem práticas sustentáveis em suas propriedades têm mais facilidade de acesso às linhas de financiamento dos bancos oficiais, contando com limite de crédito de até R$ 1 milhão e taxa de juros de 5,5%, percentual que ficará ainda mais baixo no Plano Agrícola e Pecuário 2012/13: 5%.
Para ter acesso a linha de credito especial o proprietário precisa dispor de projeto, documentação legalizada da terra e não pode ser inadimplente com a instituição financiadora.
De acordo com o superintendente de Negócios do Banco do Brasil no Maranhão, Tarcísio Geroto, até agora o banco financiou R$ 15,5 milhões em projetos de ABC no Maranhão, sendo 74% para a pecuária e 24% para a agricultura. Os empréstimos foram contratados nos municípios maranhenses de Imperatriz, Açailândia, Balsas, Chapadinha, Lago da Pedra e São Raimundo das Mangabeiras. "Esperamos que até o final do ano esse valor alcance os R$ 20 milhões", informou.
O produtor do município de Fortuna, Hilton Coelho, conta que com as facilidades das linhas de crédito foi possível implantar o sistema de Integração Lavoura-Pecuária em sua propriedade, onde trabalha com o milho, pastagem e gado desde 2010. Com o sistema integrado, segundo o produtor, recuperou as áreas degradadas com pastagens e o solo teve maior infiltração e retenção de água das chuvas, proporcionando o aumento da produção. Coelho contratou financiamentos no Banco do Brasil e do Nordeste para desenvolver o programa.
No sistema Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), as receitas das lavouras e da pecuária pagam as despesas de implantação da floresta e, então, o produtor tem uma "poupança verde", capaz de lhe proporcionar uma renda líquida de aproximadamente R$30 mil por hectares ao longo de nove a dez anos.
Diversas propriedades localizadas nos municípios maranhenses de Peritoró, Fortuna, Colinas, Presidente Dutra, Chapadinha, Açailândia, São Raimundo das Mangabeiras, Imperatriz e Balsas já aderiram ao sistemaILPF e ao Plantio Direto - técnica que minimiza o uso de máquinas pesadas, mantêm a umidade do solo e erradica a prática da queimada de pastagem.
De acordo com presidente do Comitê Gestor Estadual do Plano ABC no Maranhão, Luiz Coelho Junior, está sendo elaborado o Plano Estadual de Agricultura de Baixo Carbono do Maranhão, que deve privilegiar os sistemas de Plantio Direto, Recuperação de Pastagens Degradadas e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. A Agricultura de Baixo Carbono contempla ainda os sistemas de fixação biológica do solo, plantio de florestas produtivas e tratamento de dejetos animais.
"Precisamos cada vez mais divulgar o Programa ABC. A Sagrima já criou o Comitê Gestor Estadual, e nos próximos meses irá capacitar cerca de 90 profissionais para fomentar o aumento no número de aprovações de financiamentos agrícolas voltados para esses sistemas. Até o próximo ano, devemos concluir a elaboração do nosso plano estadual", informou o secretário da Sagrima, Cláudio Azevedo.
O Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) é uma das prioridades do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e tem como objetivo promover a redução das emissões de gás carbono na atmosfera. Foi criado para cumprir o compromisso assumido pelo Brasil em acordo firmado durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que aconteceu em 2009, em Copenhagen, na Dinamarca. Pelo acordo, o Brasil prometeu reduzir em 17% as emissões de gases que contribuem para o efeito estufa até o ano de 2020.
No Maranhão, foi realizado na capital, no início da semana, o Seminário da Agricultura de Baixa Emissão de Carbono no Maranhão, apresentado no auditório da Assembleia Legislativa do Maranhão. O evento marcou o início das discussões para elaboração do Plano Estadual de Agricultura de Baixo Carbono e deve ter continuidade nos próximos meses, com a realização de oficinas de capacitação de técnicos agropecuários e produtores interessados em investir nos sistemas produtivos de baixa emissão de carbono.
As primeiras capacitações serão realizadas em parceria com o Banco do Brasil, que treinará técnicos da Agência de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp) de todo o estado para elaboração de projetos de ABC. As capacitações acontecerão nos municípios de São Luis, Presidente Dutra e Santa Inês.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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