Publicado em: 15/04/2025 às 16:30hs
Neste 15 de abril, data em que se celebra o Dia Nacional da Conservação do Solo, a Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) reforça a importância de preservar um dos recursos naturais mais fundamentais para a vida: o solo. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com participação da Embrapa Solos (RJ), cerca de 33% dos solos do planeta já se encontram degradados, em função de fatores como erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação.
Essa degradação compromete diretamente a produtividade agrícola e agrava os impactos das mudanças climáticas, já que solos deteriorados têm menor capacidade de capturar carbono da atmosfera. Por outro lado, quando bem manejado, o solo pode desempenhar papel crucial no sequestro de carbono e na mitigação dos gases de efeito estufa.
Apesar de o Brasil ocupar a quinta posição entre os maiores produtores agrícolas do mundo — atrás de Índia, Estados Unidos, China e Rússia —, cresce a consciência de que o uso responsável do solo deve acompanhar os avanços produtivos. A conservação desse recurso é essencial para garantir a oferta de alimentos à crescente população mundial. Conforme alerta a FAO, práticas inadequadas de manejo colocam em risco a capacidade do solo de atender às demandas nutricionais globais.
O presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, Clorialdo Roberto Levrero, destaca que a conservação do solo deve ser vista como uma responsabilidade coletiva. “Muitos ainda enxergam o solo apenas como propriedade, sem compreender sua ligação direta com a água que consumimos, os alimentos que ingerimos e até com os medicamentos que usamos. A responsabilidade ultrapassa o agronegócio e envolve também as escolhas cotidianas dos consumidores”, ressalta Levrero.
Segundo Giuliano Pauli, conselheiro da Abisolo, as empresas do setor estão cada vez mais engajadas no desenvolvimento de tecnologias voltadas à saúde do solo. “Se antes o foco estava centrado no aspecto químico, hoje a agricultura moderna também abrange os aspectos físicos e biológicos”, explica. As associadas à entidade têm investido em soluções como fertilizantes especiais, biofertilizantes, produtos organominerais e condicionadores de solo que favorecem a microbiota e promovem a recuperação de áreas degradadas.
Essas inovações são complementadas por práticas como o plantio direto, a rotação de culturas e o uso de matéria orgânica, que contribuem para manter a vitalidade do solo e assegurar a sustentabilidade produtiva a longo prazo.
Os avanços no setor já se refletem em indicadores econômicos. Conforme dados do Anuário Abisolo 2023, o mercado de fertilizantes especiais cresceu 2% em 2022, totalizando R$ 22,64 bilhões em faturamento. Destaque também para os segmentos de biofertilizantes, com crescimento de 5,6%, e fertilizantes minerais especiais, com aumento de 8,3%. Esses números evidenciam a crescente adoção de soluções tecnológicas que promovem um solo mais equilibrado e produtivo.
“Tudo começa no solo”, enfatiza Pauli. “Um solo bem cuidado reduz os impactos das mudanças climáticas e mantém a capacidade de produção por mais tempo. A Abisolo congrega fabricantes e importadores de insumos que são fundamentais para garantir uma agricultura sustentável, promovendo o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação.”
Para Levrero, as reflexões propostas neste Dia Nacional da Conservação do Solo devem ultrapassar a data comemorativa. “Não basta lembrar do solo apenas hoje. Ele é peça-chave na segurança alimentar e na manutenção da vida em nosso planeta”, afirma. Segundo ele, a indústria representada pela Abisolo tem papel ativo nesse processo, destinando, em média, 2,8% do faturamento anual à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), conforme aponta o Anuário da entidade.
Com práticas de manejo adequadas e o uso inteligente das tecnologias disponíveis, o Brasil consolida seu papel como protagonista na produção de alimentos em escala global, demonstrando que é possível conciliar crescimento econômico com responsabilidade socioambiental. Afinal, a qualidade do solo está diretamente ligada à qualidade de vida das atuais e futuras gerações.
Fonte: Portal do Agronegócio
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