Outros

A nova era da cevada

Inauguração da unidade em Passo Fundo está prevista para o segundo semestre de 2012. Produção da cevada deverá ter aumento de 20% nesta safra


Publicado em: 07/05/2012 às 12:20hs

A nova era da cevada

Nos três estados do Sul do país em que a AmBev tem área de cultivo, o Rio Grande do Sul lidera, com 40 mil hectares. Em Santa Catarina são cultivados 1 mil ha e no Paraná 14 mil ha. Mas já pensando no segundo semestre, quando inaugura a unidade da maltaria em Passo Fundo, a área cultivada terá um incremento para esta safra em 20%, visando atender a demanda.

Conforme o gerente agronômico da AmBev, Dercio Oppelt, a indústria possui um programa de fomento de cevada há mais de 30 anos. “Temos uma pesquisa própria e desenvolvemos os melhores materiais adaptados ao solo gaúcho e brasileiro, bem como as condições climáticas. Uma vez que se une o material adaptado ao solo e clima, à produção de um malte de qualidade para a fabricação de cerveja. A semente é destinada aos nossos produtores para pagamento na safra. Também fornecemos fertilizantes. Junto a isso, temos e assistência agronômica que vai a campo prestar orientação técnica ao produtor e parceiros de cooperativas, sobre qual a melhor tecnologia para produção de cevada. A companhia faz a entrega dos insumos, acompanha o cultivo e, no final, recebe a produção. O pagamento é feito em 30 dias”, explica.
 
A AmBev já teve 110 mil hectares cultivados com o cereal no país, sendo que o Rio Grande do Sul já chegou a cultivar 80 mil ha. Segundo Oppelt, a produção caiu porque essa cultura de inverno exige alguns cuidados que não é possível em todo território gaúcho. Ou seja, a cultura necessita um clima mais frio e chuvas regulares, impedindo que áreas de temperaturas mais altas como Santa Rosa e Tupanci do Sul não sejam apropriadas á cultura.

“A cevada não pode ser cultivada em qualquer solo e clima. É preciso ser bastante frio e que não tenha ocorrência freqüente de chuva. Regiões favoráveis são do Planalto, de Vacaria, Lagoa Vermelha, Tapejara e mais ao Sul. São locais específicos onde a cultura se desenvolve com melhor potencial. Unindo um local favorável com a melhor semente e tecnologia, se obtém um produtor de qualidade”, acrescenta.

Oppelt destaca que os entraves no cultivo da cevada estão relacionados ao clima de cada região. Por isso, apesar de grande área ser cultivada no verão, parte delas no inverno não é ocupado com o cereal por não ser propícia.

Já as vantagens são apontadas com a pesquisa própria da AmBev no desenvolvimento de material de alta tecnologia, proporcionando alta produtividade. “Também temos parceria com a Embrapa, a qual desenvolve em conjunto com AmBev, materiais promissores. Hoje temos materiais perfeitamente adaptados ao solo gaúcho, com potenciais superiores à cultura do trigo”, diz.
 
O produtor tem a garantia de insumos para pagamento na safra, assim como a semente e assistência técnica á disposição em caso de dúvidas sobre como proceder, e garantida a comercialização. Ou seja, quem planta sabe para quem está cultivando para quem vai vender e quanto irá receber. “São poucas culturas no país que dão essa segurança ao produtor”, acrescenta.

Produtividade

Com relação à produtividade, Oppelt diz que ela varia de acordo com a região. No Sul do Estado são mais baixas e no Centro e ao Norte, onde o clima é mais propício, são mais elevadas. As produtividades variam de 1.800 a 6 mil quilos por hectare. Uma diferença bastante grande que depende do clima e da aplicação de tecnologias. A média seria de 3 mil kg/ha, mas há produtores de Coxilha, que obtém 6 mil quilos por hectare.

 Entraves 

O grande entrave no cultivo da cevada é o fator climático. Excesso de chuva na colheita, onde a cevada começa a brotar na lavoura, acaba não sendo destinada a indústria cervejeira e sim, para a alimentação animal. O preço travado no momento de venda da semente, é garantido desde que seja entregue um produto com as especificação mencionadas em contrato.

 Obras da unidade em Passo Fundo 

De acordo com o gerente da maltaria em Passo Fundo, Felipe Duarte, as obras estão adiantadas, dentro do cronograma. Está na fase de montagem mecânica, com cerca de 50% da obra concluída. A expectativa é de entrar em operação no início do segundo semestre.

A capacidade de produção da planta é de operar com 110 mil toneladas de malte por ano, com cerca de 140 mil toneladas de cevada. A expectativa de empregos, é ao redor de 100 diretos e 30 a 40 terceirizados, além das famílias que serão afetadas pelo aumento do plantio de cevada. No segundo semestre de 2012 ela inicia a operar com toda capacidade e todos os processos serão realizados na unidade de Passo Fundo. Atualmente, a cevada produzida no Norte gaúcho é encaminhada a unidade de Porto Alegre, a qual processa 90 mil toneladas/ano.

Fonte: Diário da Manhã - Passo Fundo

◄ Leia outras notícias