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2013 deve ser o "pior ano" para a logística no MT

Com safras recordes, produtor pode ter dificuldade para escoar devido a estradas ruins, à nova lei do motorista e à falta de caminhões no mercado


Publicado em: 26/12/2012 às 12:50hs

2013 deve ser o "pior ano" para a logística no MT

O ano de 2013 deverá ser o “pior da história” em termos de logística para Mato Grosso e o Brasil. A previsão é do setor produtivo e da indústria diante das safras recordes como é o caso da soja, cuja previsão é de 24,1 milhões de toneladas, além do milho 2ª safra. As péssimas condições do transporte, nova legislação dos motorista e a falta de caminhões e profissionais são os motivos apontados, bem como a armazenagem saturada. O atraso na entrega pode levar o produtor a pagar uma multa de até 20% do valor do contrato. Pelos problemas atuais Mato Grosso chega a perder US$ 100 por tonelada para levar o grão ao porto de Santos (SP), enquanto de Illinois nos Estados Unidos ao porto mais próximo a tonelada sai a US$ 20. “Chegamos ao caos logístico. O governo desdenhou e agora chegou-se ao que o setor produtivo e a indústria previam. Os portos estão no limite. As rodovias as mesmas de 1960. Ferrovias defasadas em alguns trechos.

As hidrovias estão há mais de 10 anos em discussão e em fase de construção e só pensava em usá-las para a geração de energia”, diz o gerente de economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Amaral.

Amaral comenta que o problema da logística vem piorando há 10 anos e se para 2013 estará difícil pelos problemas atuais, “quem dirá no futuro”. “Podemos nos próximos anos seguir assim a produção pode diminuir. Além disso, há países investindo para que seus vizinhos comprem a soja, como é o caso de Moçambique e Ucrânia. Enquanto para enviar uma tonelada de Illinois a um porto próximo custa-se US$ 20, de Mato Grosso ao porto de Santos é US$ 120, fazendo o Estado perder competitividade”. Hoje, segundo Amaral, o deficit de caminhões é cerca de 50 mil motoristas e média de 20 mil motoristas. “Estamos com cerca de 10% da frota nacional parada por falta de motorista. Com a lei o caminhão irá rodar 30% a menos no mês”.

O presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Laércio Lenz, comenta que os problemas de logística causam atrasos na entrega das commodities. “Além do produtor ter de pagar multa de 10% a 20% sobre o contrato pelo atraso na entrega, podemos ter desabastecimento do mercado. E no fim o consumidor acaba pagando mais caro”.

Fonte: Folha do Estado

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