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Mercado legal de sementes é aliado para aumento de produtividade


Publicado em: 30/03/2011 às 20:42hs

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O Sistema Nacional de Produção de Sementes é um forte aliado do produtor para garantir a qualidade da produção. Uma semente legalizada tem origem em uma cultivar inscrita no Registro Nacional de Cultivares do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (RNC/MAPA). Os agricultores que fazem parte do Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) submetem os produtos às análises de identidade e qualidade.

A ilegalidade no uso da semente ameaça a cadeia produtiva do agronegócio. Segundo a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), hoje, o Brasil pode estar perdendo pelo menos 20% do total produzido a cada safra. Em lugar dos 147 milhões de toneladas estimados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2009/10, o Brasil poderia produzir 176 milhões de toneladas.

O uso de sementes legais pode aumentar a produtividade em até 20%.  De acordo com o levantamento da Conab, em Mato Grosso, estado líder na utilização de sementes certificadas, a produtividade da sojicultura atinge 3.036 quilos por hectare. Já no Rio Grande do Sul, a produtividade é de 2.400 quilos por hectares para a mesma cultura.

As análises de qualidade são importantes porque cada semente contém algo semelhante a um chip, que assegura que a tecnologia responsável pela sanidade e produtividade do cultivo está presente. O controle também comprova que a semente está livre de pragas e doenças. Há, ainda, a garantia de que a semente não terá misturas como, por exemplo, sementes de trigo com aveia preta, de arroz com arroz vermelho e algodão. Essas misturas ocorrem por conta da falsa ilusão de que o uso de sementes salvas, por exemplo, trará economia para o produtor. A Abrasem destaca que, na realidade, a cada 1% de material indesejável, pode-se perder de 2 a 4% de material desejável.

É sabido que os chamados “grãos salvos” podem ocasionar a contaminação fitossanitária da lavoura, uma vez que essas sementes facilitam a propagação de doenças e pragas.  De acordo com dados da Abrasem, as perdas na lavoura podem chegar a 40% devido a infestações imperceptíveis de pragas e doenças. As sementes também chegam até os produtores por vias ilegais, como a pirataria.

Diante desse cenário, é indiscutível a necessidade de que o material genético da semente seja mantido. Dentro do Sistema Nacional de Produção de Sementes, é o multiplicador de sementes que tem a responsabilidade de assegurar a qualidade do produto. O profissional detém o conhecimento e a experiência necessários para garantir que a tecnologia seja transferida ao produtor corretamente. É ele que vai indicar qual semente é mais adequada para determinada região, além de pontos importantes como densidade adequada para plantio, momento ideal para semeadura entre outras variáveis.

A cadeia produtiva deve estar ciente da importância do mercado legal de sementes. Assim, o Brasil, que já desponta como grande produtor de alimentos, vai caminhar para assegurar que o potencial genético das sementes seja aproveitado ao máximo, atingindo altos índices de produtividade.

Marcelo Maniero Ismael, gerente de Marketing Estratégico e Biotecnologia da BASF

Fonte: XPress Comunicação

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