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As verdadeiras vantagens da cruza Angus


Publicado em: 22/08/2012 às 01:02hs

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Depois de muitos anos convivendo com as verdadeiras realidades da raça Angus no Centro-Oeste brasileiro, tanto com os puros como com os cruzamentos, na cria, recria e engorda a pasto e no confinamento, adquirimos certa experiência no assunto. Consideramos a raça Angus a mais produtiva e fértil entre todas as outras europeias ou zebuínas. E é no cruzamento com o zebu que o Angus mostra sua maior capacidade de transferência dos valores econômicos e zootécnicos. Se considerarmos que o Brasil tem o maior rebanho zebu do mundo, então temos aí a receita ideal para o sucesso.

A cada ano o poder de compra e o acesso à informação do brasileiro e de outros povos aumentam vertiginosamente. Com isso temos outro cenário que endossa a certeza da necessidade de materiais de alta qualidade, como o produto carne, produzida de forma barata em todas as regiões do País. O maior exemplo de sucesso a ser seguido na produção de proteína no mundo é o frango, que através da pressão genética e sistemas de produção intensificados, se tornou um “case” de sucesso. É neste mesmo caminho que poderemos trilhar o nosso futuro na produção de carne vermelha, que através do cruzamento com o Angus - de genética realmente melhoradora - e com sistemas de produção modernos e intensificados poderemos multiplicar os volumes produzidos, aumentando a quantidade com um grande diferencial: estaremos oferecendo ao mercado o melhor produto do mundo, reconhecidamente.

Um dos grandes benefícios do cruzamento com Angus está no peso de nascimento e peso na desmama. Geralmente os bezerros cruzas Angus nascem pequenos, mas crescem de forma vertical até a desmama, aos sete meses de idade, época que possuem a maior capacidade de desempenho e o menor custo de produção, pois são alimentado pela mãe, sendo que a maioria das desmamas de cruzas Angus deixam a teta da mãe com peso por volta dos 230 kg para fêmeas e 250 kg para os machos. Aí está um grande diferencial de lucratividade. Mais de 2 arrobas por animal se compararmos com uma desmama de nelore comercial.

Além disso, há a possibilidade que os animais cruzas Angus dão ao produtor de eliminar a recria, que ocupa grandes áreas de pasto, e retarda a volta do dinheiro investido. Em muitos casos os animais emagrecem e perdem peso após a desmama. A possibilidade de confinamento direto pós desmama, coloca os cruzas Angus em igualdade com as espécies de alto desempenho e ciclo curtíssimo, como o caso já citado do frango, do suíno e do peixe. Guardando as proporções, os cruzas Angus conseguirão concorrer em tempo com as espécies mais eficientes e de ciclo rápidos do mundo, com o diferencial de produzir carne nobre para um público de alto poder aquisitivo.

No nosso programa de animais cruzas Angus  - a VPJ Angus Beef e certificados pela Angus Brasil - um número crescente de fêmeas e machos cruzas Angus são abatidos aos 14 meses de idade. Quando que um pecuarista brasileiro imaginou abater animais nesta idade, num País que a média nacional da idade para o frigorífico está por volta dos 42 meses?

O peso médio destes animais é outro fator de relevância, ficando as fêmeas na casa das 14,5 arrobas, machos na casa das 16,5@, e com quase 100% de aproveitamento da carcaça em termos de acabamento, cobertura de gordura com um excelente grau de marmoreio entremeado, que resulta no grande diferencial dos cortes nobres.

Façamos as contas: se o boi cruza Angus abatido aos 14 meses com 16,5 arrobas, já considerando um rendimento de 56% a uma arroba de mercado de R$ 90,00, mais a premiação de 10 % recebido pelo programa de certificação Angus, o produtor terá um faturamento de R$ 1.633,50 por animal, mesmo valor que receberia por um boi comum abatido aos 42 meses de idade com 18@ de peso e considerando 53% de rendimento, praticamente 2 anos e 2 meses de diferença de tempo. Esta é a verdadeira pecuária moderna. O futuro já chegou, e está ao alcance de todos os produtores que tiverem a percepção de que o momento é este pelos resultados e pelo crescimento acelerado do mudo consumista de produtos superiores.

Podemos citar ainda outras características que o Angus incrementa na pecuária como a utilização da fêmea cruza Angus na reprodução, retirando-se dela duas crias desmamadas de alta qualidade e enviando-a para o abate com idade aproximada de 43 meses com peso acima de 20 @. Já se consegue em muitos frigoríficos cotações a preço de boi, o que daria a uma arroba de R$ 90.00 com rendimento de 54% um valor de R$ 1.800,00, deixando para o proprietário mais dois produtos de excepcional qualidade, que se considerarmos um macho e uma fêmea produzidos e vendidos na desmama a preços atuais (macho a R$ 950,00 e fêmea a R$ 800,00), o produtor teria um faturamentos bruto com esta vaca de R$ 3.550,00. O período é praticamente o mesmo da média nacional de abate, onde o produtor fatura com um boi comum por volta de R$ 1.600,00.

Portanto, estas são algumas das verdadeiras vantagens para o produtor que utiliza a cruza Angus como ferramenta para fazer dinheiro na propriedade, e que muitos selecionadores terão a oportunidade de conferir na nossa 3ª edição do Leilão Genética Tropical – agendado para o próximo dia 2 de setembro. Certamente, será uma data especial para se fazer bons negócios!

Valdomiro Poliselli Junior, pecuarista e titular da VPJ Pecuária

Fonte: Assessoria de Imprensa da VPJ Pecuária

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