Milho e Sorgo

Próxima safra de milho: escolher bem a semente é fundamental

O produtor brasileiro de milho, que trata sua atividade de maneira cada vez mais profissional, já começa a definir a safra 2012/2013


Publicado em: 06/08/2012 às 17:10hs

Próxima safra de milho: escolher bem a semente é fundamental

 E um dos pontos essenciais para o sucesso da lavoura é a escolha correta da cultivar a ser plantada. São centenas de opções, cada uma adaptada para determinadas condições regionais, sobretudo de solo e clima.

A Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) acompanha, a cada ano, o número de cultivares disponíveis para a safra seguinte. Para 2012/2013, estão disponíveis 479 cultivares de milho. Dessas, 263 (55% do total) são convencionais e 216 transgênicas (os 45% restantes). Os números são de estudo dos pesquisadores José Carlos Cruz e Israel Alexandre Pereira Filho e do bolsista Luciano Rodrigues Queiroz, todos da Embrapa Milho e Sorgo.

A renovação, característica do mercado de milho, manteve-se, com 93 novas cultivares entrando e 103 deixando de ser comercializadas. Das novidades, 87 são cultivares transgênicas e as seis restantes são convencionais. Das que saíram do mercado, 42 são transgênicas e 61 são cultivares convencionais. Percebe-se nitidamente que, a cada nova safra, cresce a quantidade de opções de milho transgênico para o produtor rural.

Para o pesquisador José Carlos Cruz, a tecnologia dos transgênicos tende a ser cada vez mais adotada no Brasil. Ele explica que as pragas, sobretudo as lagartas, causavam prejuízos muito grandes, levando a situações em que eram necessárias até dez aplicações de inseticidas por safra. “Isso representava maior custo de produção, menores produtividades devido ao prejuízo causado pelas lagartas, além dos efeitos danosos causados no aplicador e no meio ambiente”, conta, acrescentando a facilidade, para o produtor, de precisar fazer menos pulverizações.

Doenças e tipos de cultivares – Em relação a doenças, o pesquisador acredita que não têm ocorrido novas. Ele explica que os programas de melhoramento genético procuram lançar novas cultivares tolerantes a algumas delas, mas ressalta que não existem opções de cultivares que sejam tolerantes a todas as doenças. José Carlos afirma que o manejo de doenças em milho é, ao mesmo tempo, “a tecnologia mais recente e a menos conhecida no sistema de produção, com resultados muitas vezes conflitantes e que precisam ser melhor conhecidos”.

Outra informação relevante, obtida no estudo da Embrapa, é em relação ao tipo das cultivares. Para a safra que se aproxima, em números arredondados, 61% das cultivares são híbridos simples, categoria geneticamente com maior potencial produtivo. Os híbridos triplos, que vêm logo em seguida em relação a potencial produtivo, somam 21,5%. Já os híbridos duplos são 10% e as variedades chegam a 7%.

Ou seja, mais de 82% das cultivares disponíveis no mercado brasileiro de sementes de milho estão num nível tecnológico de produtividade considerado alto e cujas sementes são mais caras. No caso específico dos transgênicos, as cultivares ou são híbridos simples (78% do total) ou triplos (22%). Ambos os percentuais, portanto, acima da média quando se consideram as cultivares como um todo.

José Carlos Cruz ressalta que, pelo fato de os eventos transgênicos estarem disponíveis apenas em híbridos simples e triplos, a tecnologia tem sido pouco usada pelos produtores menos capitalizados. O pesquisador aposta numa alternativa: “é possível que se desenvolva um nicho de mercado para a produção de milho livre (sem transgênico), como querem fazer para a soja. Na minha opinião, se houver uma vantagem financeira e consumidores com interesse para este produto, isso será possível”.

Hoje, o produtor tem mais condição de escolher uma semente de milho específica e que atenda a suas necessidades, acredita o pesquisador, que faz uma ressalva: “percebo que ainda há dificuldades em ajustar a escolha da cultivar e o sistema de produção utilizado”. O produtor pode contar com o auxílio da assistência técnica na hora de escolher a cultivar mais adequada à sua realidade. “Aliás, recomenda-se que, sempre que possível, ele use mais de uma cultivar, de forma a facilitar sua escolha e a aumentar sua segurança”, aponta José Carlos.

Fonte: Embrapa

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