Uma Unidade Demonstrativa de Milho instalada no começo de janeiro pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Altamira, na Transamazônica, está demonstrando que boas práticas de plantio da variedade BR 106 podem resultar em uma colheita até 300% maior do que a do método convencional, de derrubada da vegetação e queima dos restos vegetais no solo.

Segundo a Emater, se os cerca de 350 produtores de milho atendidos pela empresa em Altamira adotarem as recomendações técnicas, a produção evitará desmatamento e recuperará áreas degradadas, além de se tornar suficiente para o consumo das próprias propriedades e para o abastecimento do município, que por ora tem que importar o grão na região.

A UD está localizada no lote do agricultor Francisco Martins de Sousa, no Travessão do Pimentel, no assentamento federal Itapuama. Ali, um hectare de capoeira, com 50 mil sementes, vem sendo trabalhado com mecanização, correção de solo com calcário e adubação química, entre outras medidas, ao lado de um hectare com cultivo tradicional. A ideia é comparar a produtividade dos dois sistemas: o primeiro, com orientação rigorosa da Emater, deve render seis toneladas de milho; o segundo, seguindo o costume de Sousa, cerca de um terço disso. A primeira colheita acontecerá a partir de abril, assim que o volume de chuvas diminuir.

“Queremos provar para os agricultores e para as instituições parceiras, como a Semagri (Secretaria Municipal de Agricultura), que aplicar tecnologias simples revoluciona a colheita. Com apoio governamental, que pode ceder patrulha mecanizada e subsídios para o calcário, quem produz milho em Altamira vai suprir as necessidades do município e ainda ter lucro, comercializando o excedente”, diz o técnico em agropecuária Ademar Silva, chefe do escritório local da Emater.