Milho e Sorgo

Produção de Etanol em Mato Grosso Deve Crescer 10% na Safra 2024-2025

Aumento da produção de milho impulsiona crescimento do biocombustível no estado


Publicado em: 04/12/2024 às 20:00hs

Produção de Etanol em Mato Grosso Deve Crescer 10% na Safra 2024-2025

A produção de etanol em Mato Grosso deve registrar um crescimento de 10% na safra 2024/2025, impulsionada pela alta produtividade do milho, que representa a maior parte do volume destinado à produção do biocombustível. A estimativa foi divulgada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que apontou o milho como fator central para o crescimento contínuo do setor nos últimos anos.

Crescimento da Produção de Milho e Etanol

Mato Grosso tem experimentado sucessivos recordes na produção de milho. Em 2022-23, o estado colheu mais de 52 milhões de toneladas do cereal, e, apesar das adversidades climáticas e da redução de área, a temporada 2023-24 também foi marcante, com a produção de cerca de 43 milhões de toneladas, o que representou 38% da produção nacional. Esse aumento da oferta de milho tem impulsionado a moagem para a produção de etanol, que, de acordo com dados do Imea e da Indústria de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind-MT), cresceu 37,9% em relação ao ano anterior.

Jeferson Souza, consultor financeiro, destaca que o cenário para a produção de milho na safra atual é mais promissor que no ano passado. "O aumento nos preços do milho, aliado a uma maior lucratividade, deixa o cenário mais favorável para os produtores mato-grossenses", afirmou Souza. Ele ainda mencionou que a expansão da área de milho na segunda safra de 2024 dependerá das condições climáticas durante o período de plantio, mas, caso favoráveis, poderá haver um aumento considerável na área cultivada. Para 2025, a expectativa é que cerca de 30 milhões de toneladas de milho, representando 25% da produção nacional do grão, sejam destinadas à produção de etanol.

Investimentos no Setor Aumentam Otimismo

O otimismo com o crescimento do mercado de milho tem atraído investimentos significativos para o setor de biocombustíveis. A ALD Bioenergia Deciolândia, por exemplo, anunciou um investimento de R$ 1 bilhão para triplicar sua capacidade produtiva até 2026. Marco Orozimbo, diretor-executivo da empresa, destaca que a demanda crescente por biocombustíveis e pelo DDG (subproduto do etanol utilizado na alimentação animal) tem impulsionado o crescimento do setor, tanto no mercado interno quanto externo.

Outras empresas do setor, como a FS, também estão otimistas com o aumento da moagem de milho para a produção de etanol. O diretor comercial da FS, Victor Trenti, enfatizou a importância de continuar investindo na capacidade produtiva e em otimizações nas plantas industriais. "Sempre investimos na nossa capacidade produtiva e, no próximo ano, seguiremos focados em otimizações e avaliando o cenário de mercado para possíveis expansões", disse Trenti.

Planejamento Estratégico para Garantir Rentabilidade

Embora o mercado esteja aquecido, o produtor rural Marcelo Vankevicius, proprietário de cerca de cinco mil hectares em Itiquira, adota uma postura cautelosa em relação aos investimentos. Tradicionalmente, sua produção não era voltada para híbridos de milho de alta produtividade. No entanto, com o aumento da demanda por milho para etanol e pelo DDG, Vankevicius pretende revisar sua estratégia, investindo mais em cultivares de alto rendimento e considerando até o plantio de milho na safrinha. "Estamos nos adaptando ao novo cenário, buscando aumentar a rentabilidade da produção", afirmou o produtor.

Em um contexto de investimentos e crescimento, o planejamento estratégico se torna fundamental para os produtores rurais garantirem a rentabilidade da produção de milho e etanol, mantendo a competitividade no mercado.

Fonte: Portal do Agronegócio

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