Publicado em: 24/01/2013 às 15:20hs
No ano passado, havia um desabastecimento no Estado, os estoques praticamente não existiam e a comercialização antecipada da safra que se iniciava já somava 35%.
Neste ano, a comercialização está lenta e as empresas compradoras participam menos do mercado, o que faz com que o percentual de comercialização antecipada seja de apenas 16%.
Outro fator de interferência no mercado é que o Estado inicia o ano com estoques de 1 milhão de toneladas.
Com isso, os preços futuros refletem apenas a paridade de exportação e apontam para R$ 11,5 a R$ 12 por saca para julho. Os preços atuais estão entre R$ 17 e R$ 19,8, dependendo da região.
Não é um cenário atrativo para o produtor, na avaliação de Cleber Noronha, analista de Mercado do Imea (Intituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária). Há muita coisa, no entanto, para acontecer nesse mercado, segundo Noronha. O mercado depende não só do Brasil, mas também do volume a ser produzido na Argentina.
Para entender melhor o que acontece com os produtores do país vizinho e até para prever um cenário para o Brasil nos próximos meses, o Imea tem técnicos circulando pelas lavouras argentinas.
As empresas -parte delas abastecidas desde 2012, quando havia incerteza sobre preços e oferta interna devido às exportações- não se esforçam muito para alterar esse cenário inicial. Mas uma comercialização tardia vai provocar aperto no transporte nos próximos meses.
Mato Grosso, Estado que começa a ser um dos destaques na produção de milho, vai semear 2,8 milhões de hectares, acima dos 2,5 milhões de 2012. O plantio atinge 1,2%, acima do 0,9% de janeiro de 2012, diz Noronha.
Apesar do crescimento da área, a produção não deverá atingir os 15,6 milhões de toneladas da safra 2011/12. Isso porque a produtividade, que chegou a 104 sacas por hectare, em média, ficará próxima de 80 sacas.
A estimativa é de produção de 13,3 milhões de toneladas nesta safra.
Fonte: Folha de São Paulo
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